Bartra recorda ataque à bomba ao autocarro do Dortmund: "Tive muito medo de morrer"
Defesa espanhol, atualmente a jogar no Bétis, foi uma das vítimas da ação levada a cabo por um cidadão germano-russo
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Em abril de 2017, horas antes do jogo com o Mónaco, na Liga dos Campeões, o autocarro do Dortmund foi alvo de um ataque à bomba. No interior, seguia Marc Bartra que, cinco anos depois, ao rememorar o incidente, assumiu ter tido "medo de morrer" e que "o choque" causou, por muito tempo, consequências físicas e mentais.
"Foi o momento mais difícil da minha vida. Não me refiro só ao que aconteceu, mas também a como foi a minha vida nos meses seguintes. O choque demorou alguns meses a passar. Nos primeiros seis meses, tive pesadelos durante muitas noites", recordou, num livro de autoria, o atual central espanhol do Bétis (Espanha).
Bartra detalhou que os estilhaços da explosão, levada a cabo por um cidadão germano-russo, por questões económicas, "atingiram diretamente no pulso" do jogador, originando uma "dor insuportável" e também paralisia corporal.
"Doía-me o braço como se o tivesse queimado. O estado de choque paralisou o meu corpo. O forte ruído nos ouvidos não me deixava ouvir os gritos de colegas e o fumo só me deixava ver as caras de pânico a um metro", lembrou o defesa, que receou bastante perder a vida e, por isso, sentiu uma vulnerabilidade fora do comum.
"Jamais vou esquecer a incerteza de pensar que se tivesse adormecido, nunca mais abriria os olhos. Pensei na minha filha e na minha mulher... Nunca me senti tão vulnerável. Tive muito medo de morrer", reforçou Bartra, no livro publicado.
Em 8 de janeiro de 2018, meses após o atentado ao autocarro do Dortmund, Sergei W., julgado desde 21 de dezembro do ano anterior, por 28 homicídios na forma tentada, admitiu a autoria e pretendeu causar quebras no valor das ações do clube alemão.
Sergei W. fez detonar, em Dortmund, três bombas à passagem do veículo do emblema.
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