<em><strong>REPORTAGEM, PARTE I -</strong></em> As gentes afetas aos lobos destacam "a capacidade de trabalho", assim como a "facilidade de adaptação", mas também a "habilidade ou a retidão de comportamento. Mas é a sagacidade tática que mais os encanta.
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Entre jogadores do plantel principal e elementos das equipas técnica e médica, chega à dezena e meia o número de portugueses no Wolverhampton.
A começar no treinador Nuno Espírito Santo e a acabar em Daniel Podence, o último jogador a chegar, já em janeiro deste ano.
A consequência imediata foi a relação que em Inglaterra começou a ser estabelecida a esse propósito. "Portugal All-Star" ou "clube dos portugueses" são duas das denominações que se colaram aos lobos.
"Essa ligação tem sido mais destacada pelos adeptos dos outros clubes. É um plantel cosmopolita, mas existe uma influência portuguesa forte, o que é natural, tendo em conta que o treinador é português e que grande parte do staff também. Portanto, chegam vários jogadores que eles conhecem bem e com quem trabalharam antes. Mas os nossos adeptos estão contentes por terem todos estes jogadores portugueses", diz a O JOGO, Paul Berry, antigo funcionário que agora é "apenas mais um adepto" de um grupo que está a repetir os ótimos resultados que já tinha tido na época anterior, ocupando agora o sexto lugar na Premier e marcando presença nos "oitavos" da Liga Europa.
"A essência da equipa e a maneira como jogamos é "made in Portugal"", assinala Steve Plant, adepto e autor de dois livros sobre a história deste emblema fundado em 1877 (há 143 anos). "Os portugueses são habilidosos e astutos taticamente. Trabalham no duro e são profissionais a toda a prova. A cada jogo dão tudo o que têm. Têm honrado o seu país", acrescenta.
Paul Berry lembra depois que a empatia se deve também ao facto de esta ser uma zona de trabalho. "As pessoas daqui respeitam quem trabalha no duro", acrescenta, elogiando ainda o facto de os portugueses terem "uma capacidade de adaptação muito grande" e de terem "uma conduta correta" na cidade. "Nunca se viu mau comportamento da parte deles", frisa, concluindo: "Sem dúvida que os adeptos gostam dos lusos. E também apreciam que eles se sintam bem aqui."
A escolher um é João Moutinho
Depois de Rúben Neves em 2017/18, João Moutinho foi votado pelos adeptos como melhor jogador do clube em 2018/19. Para Paul Berry, João é o favorito das gentes: "Muitos dizem que é o melhor futebolista que jamais viram nos Wolves. Pela forma como controla os jogos e, sendo mais velho, valendo-se de toda a sua experiência e exibindo-se a um nível alto em todos os encontros. Muitos nem acreditam como é possível um atleta deste nível estar no clube."
A análise do escritor*
Rui Patrício
Posição: guarda-redes
"É simplesmente o melhor guarda-redes que já vi a alinhar no clube... e nós já os tivemos muito bons. É sólido, estável e transmite confiança. Jogador de classe mundial."
Rúben Vinagre
Posição: lateral-esquerdo
"É um futebolista soberbo a atacar. É rápido, habilidoso e sabe muitos truques. Se melhorar nas tarefas defensivas também pode vir a ser de classe mundial."
João Moutinho
Posição: médio
"Em 1969 eu vi jogar Peter Knowles. Pensei que jamais veria um atleta tão bom aqui. Enganei-me. Moutinho é o mágico que também faz o trabalho sujo. É fantástico."
Rúben Neves
Posição: médio
"É jovem, talentoso e tem evoluído por estar ao lado de Moutinho. Já é um futebolista de classe mundial, mas tem melhorado de semana para semana."
Diogo Jota
Posição: avançado
"Forte e agressivo, uma pérola que anda a destroçar os melhores defesas do mundo numa base semanal. Está talhado para chegar ao topo do futebol mundial."
Pedro Neto
Posição: avançado
"Neto é jovem, entusiasmante, habilidoso e tem melhorado de jogo para jogo. Está a ganhar força, cheio de confiança e é outra pérola portuguesa a despontar."
*Steve Plant, autor de dois livros sobre a história dos Wolves, analisou os lusos com mais de 10 jogos esta época
Veja a segunda parte da reportagem:
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