"Às vezes, dá para usar um bom perfume, outras vezes usamos o perfume de suor"
Palmeiras ganhou nesta madrugada ao América Mineiro, por 2-0, em Belo Horizonte, e vai discutir o troféu frente ao Grémio nos dias 3 e 10 de fevereiro. No final, Abel Ferreira recordou Mourinho e falou de 20 quilos nas costas
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Perfume de suor: "Não posso dizer aos jogadores que viemos aqui para chegar à final e montar a equipa com jogadores de mais contenção. Às vezes, é preciso, é a minha função escolher. Quis passar aos jogadores a ideia de que queríamos resolver o jogo nos 90 minutos, para não deixar ir aos penáltis. O Scarpa passou muito tempo sem competir, hoje o Patrick nos ajudou lindamente. Na minha opinião, hoje tivemos uma defesa incrível, que ajudou em todas as coberturas. Os dois estiveram impecáveis, controlando as transições do nosso adversário. O próprio Luiz Adriano, o Rony... Quem entrou, entrou para continuar a ajudar. Ninguém está acima da equipe. Às vezes, dá para usar um bom perfume, outras vezes precisamos usar o perfume de suor.
Final com o Grémio: "Jogámos com um adversário que tem estado sempre nas finais, que joga junto há muito tempo. Uma equipa que tem muito menos jogos que nós. Agora vamos respirar fundo, recuperar os jogadores, dar a folga para a passagem de ano com as famílias. Já disse a eles que temos que fazer um sacrifício. Não é altura de falar desse jogo, mas temos que dar tudo para alcançar o nosso sonho, dar o máximo de cada um de nós para estarmos preparados para disputar esse jogo."
Situação física: "Não vou arranjar desculpas. Temos um plantel curto, um dia a menos do que o adversário. Temos desculpas de todos os lados, mas é um desafio para nós. Andamos com quilos nas costas, em relação ao nosso adversários, e vamos correr com o mesmo objetivo, que é ganhar. É um jogo de muitas emoções.
Ansiedade: "A melhor forma de controlar a nossa ansiedade é estarmos seguros do que cada um tem que fazer dentro de campo, focar naquilo que tem que fazer. Não adianta pensar no futuro, no final do jogo. Isso só coloca mais ansiedade".
Sobre poupar no Brasileirão: "Há quanto não jogava Luiz Adriano? Há quanto não jogava Patrick? Há quanto não jogava Alan? Queríamos que eles entrassem e tivessem a mesma dinâmica. Por acreditar neles, nós pudemos ter a equipa pelo menos 10% mais fresca. Tínhamos 20 quilos nas costas, daí só tínhamos 15 quilos. Estamos em toda as competições. Esta final da Taça do Brasil tem duas mãos. Para ser muito honesto, pensei que era só um jogo, mas aqui vocês gostam de dois jogos (risos). Vamos lá jogar, sem desculpas. Vamos fazer dois jogos."
Melhoria de Rony: "Hoje, infelizmente, vivemos na era de que uma hora parece um minuto. Queremos não para hoje, para ontem. Nós queremos contratar jogadores e não damos tempo para eles se adaptarem à cultura do clube, à exigência do clube. É diferente jogar no Palmeiras de jogar num clube médio, num clube pequeno. É preciso uma adaptação. Temos que ter calma, passar confiança, dar tempo. Se foi um jogador que custou o que custou, é porque tem essa qualidade. Vou falar de um treinador que admiro muito, o meu amigo Mourinho. Lembro que o De Bruyne esteve com ele no Chelsea, hoje é um dos melhores do mundo".