O Botafogo perdeu em casa do Cruzeiro na primeira jornada do campeonato
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Artur Jorge, treinador do Botafogo, estreou-se no domingo no Brasileirão com uma derrota por 2-3 em casa do Cruzeiro, num jogo em que a sua equipa ficou reduzida a dez unidades aos 72 minutos, após expulsão de Alexander Barboza.
No final da partida, o técnico português, que também teve uma estreia amarga na Taça Libertadores – perdeu 0-1 na visita ao LDU Quito, do Equador – salientou a força de vontade dos seus jogadores, mas admitiu que seus índices físicos ainda não estão no nível exigido.
“Temos que retirar aquilo de positivo que fizemos e os jogadores tiveram uma tremenda disponibilidade e uma vontade de fazer as coisas bem feitas. Entregaram-se num jogo que, para nós, tinha muitas contrariedades. E quando é assim é sempre mais difícil, porque o contexto não nos foi favorável. Abrimos o marcador, depois perdemos o Marlon muito cedo e iniciámos a segunda parte com duas oportunidades muito claras para podermos fazer novamente o golo. Uma delas inclusive sem guarda-redes, e depois, noutra situação, ficámos com um jogador a menos. São muitas contrariedades com que esta equipa teve que lutar, e fez isso até o fim. É isso que vou levar, a entrega da equipa para lutar pelo resultado, embora não fosse o que queríamos”, começou por destacar, em conferência de imprensa.
“Em relação àquilo que queríamos para as dinâmicas do jogo, da intensidade que queremos colocar, temos que admitir que temos uma equipa, nesta altura, com limite físico abaixo daquilo que, para nós, é o desejado. Estamos a correr contra o tempo para lutar contra isso, para podermos treinar bem, com jogos de três em três dias. Temos que nos adaptar e sermos capazes de ultrapassar esta condicionante para chegarmos ao que de facto nós queremos. Hoje tivemos algumas amostras do que é um Botafogo forte, dinâmico, intenso e capaz de atacar. E é esse Botafogo que nós procuramos trabalhar, precisamos de algum tempo para isso. Temos a expectativa de que podemos ser melhores no jogo seguinte, mas sustentando em vitórias, que é o que valoriza o nosso trabalho também”, completou.
Nesse sentido, o técnico salientou que tem muito trabalho pela frente e evitou tecer comparações entre o futebol brasileiro e o português.
“Tivemos também o facto de estarmos em vantagem no placard e a reação do adversário a jogar em casa, procurando o resultado. Mas precisávamos não de controlar o jogo, mas, com o controlo de bola, sermos capazes de agredir o adversário e criar situações de golo. Esse é um dos aspetos que temos que melhorar, há muito trabalho a fazer para conseguirmos colocar este Botafogo dentro do patamar que achamos que podemos ter”, apontou.
“Acho que é um pouco difícil comparar a intensidade porque é diferente [o futebol do Brasil e o de Portugal]. A qualidade dos jogadores existe e compete-me a mim, nesta altura, avaliar aquilo que é o desempenho do Botafogo dentro do contexto do futebol brasileiro. Mas quero que esta equipa tenha a capacidade de ser uma equipa dominante, que possa criar e dar espetáculo para os seus adeptos. Temos que nos preocupar em criar um Botafogo na imagem daquilo que nós queremos”, finalizou.
O Botafogo volta a jogar na madrugada de sexta-feira (1h30), recebendo o Atlético Goianiense na segunda jornada do campeonato brasileiro.