"Arábia Saudita? Tinha de saber lidar, porque há coisas que não se recusam"
Vitinha, em exclusivo a O JOGO, fala do mercado, das propostas realistas e de um posicionamento quanto às Arábias. Seleção Nacional também na mira.
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Até sair para Marselha foi tentado por outros convites?
-Surgiram propostas, mas o meu empresário nem sempre me falava. Filtrava tudo aquilo que não era realista. Se ele percebesse que era uma oferta que o Braga nem sequer ia ouvir, não me dizia. Soube, mais tarde, que existiram várias propostas, mas ele fez bem em não me encher a cabeça com essas coisas. No futebol, quanto menos coisas tivermos para pensar, melhor.
Contava dar o salto através de um dos três clubes dominantes de Portugal?
-Não pensava assim! Podia ir para fora ou seguir em Portugal. Acho que não devemos estar obcecados com o próximo passo, as oportunidades surgem e há coisas que não se podem negar. Acho que estava preparado para qualquer destino. Hoje estou em Braga, amanhã em Marselha, nunca se sabe. Com a minha exigência e a do clube, sentia-me preparado para o salto.
Olhando às suas características, outro sonho mora na Premier League?
-Claro! É um patamar onde quero chegar. Tive essa oportunidade quando optei pelo Marselha, mas não achei que fosse adequado. Achei o projeto do Marselha muito melhor e mais fácil para a minha adaptação. Foi uma disputa.
Falava que há coisas que não se rejeitam. Com 23 anos, como lidaria com repto da Arábia Saudita?
-Tinha de saber lidar, porque há coisas que não se recusam. Se existisse um bom projeto, um bom clube, se existisse a proposta, teria de analisar muito bem, além da estabilidade financeira que garantisse. Teria de perceber até que ponto me ajudaria a realizar todos os sonhos que tenho no futebol.
Seleção A passa a ser prioridade
Imagino que o Europeu de sub-21 tenha tido sabor amargo, até pela pouca utilização...
-Principalmente por não ter havido sucesso coletivo. Queríamos ter chegado mais longe, à final, e trabalhar para conquistar o título. Acabou cedo. Quanto ao lado pessoal, foi difícil, acho que podia ter tido mais oportunidades. Não tive, o futebol diz-nos que temos de estar preparados para estas coisas. Estou agradecido a todos por aquilo que pude passar, e foi um orgulho partilhar este espaço.
Termina o ciclo nos sub-21, pretende abrir portas da Seleção A já, com uma grande época no Marselha?
-É um objetivo no qual estou focado; se estou no futebol, é para ir aos limites, e se a Seleção A é o limite, é lá que quero chegar. Deixei de ter idade para jogar pelos sub-21, mas se tivesse de jogar mais cinco anos, jogaria.
Faltou uma final com Abel Ruiz no Europeu sub-21?
-Seria especial, porque tinha na Espanha dois amigos, o Víctor e o Abel. Gostaria muito que tivessem vencido. E adoraria que o Abel fosse eleito o melhor do torneio. Fomos comentando, mas, infelizmente, Portugal não conseguir lá estar. Abraço grande a dois irmãos que perderam a final.