Alheio a polémicas, Nuno Espírito Santo mostra-se "orgulhoso" por ser o único treinador negro da Premier League

Nuno Espírito Santo
AFP
Ex-treinador do FC Porto admitiu ter vontade de regressar a São Tomé e Príncipe para ajudar a desenvolver o futebol e, quem sabe, treinar a seleção
Corpo do artigo
Treinador dos ingleses do West Ham há um mês, Nuno Espírito Santo mostrou-se orgulhoso e "honrado" por assumir o cargo e ser o único técnico negro da Premier League.
A declaração surge depois de o clube ter sido criticado por ter caracterizado o treinador pela cor da pele para celebrar o Black History Month (Mês da História Negra, em tradução livre). Em entrevista à BBC África, o treinador, natural de São Tomé e Príncipe, destacou a importância da representatividade das minorias étnicas, mas garantiu que o tom de pele não tem qualquer peso no trabalho. Acredita também que não será o único treinador negro num clube inglês por muito tempo.
"Existem muitos treinadores negros talentosos que, em breve, poderão estar envolvidos na Premier League. Muitos terão boas épocas, estarão disponíveis", afirmou, acrescentando que a etnia não é um requisito para assinar um contrato de trabalho. "A diferença entre as pessoas não é algo que os clubes levem em consideração. Pelo menos não acredito nisso. É graças ao talento, trabalho árduo e à sorte de teres um projeto em que te saíste bem. As pessoas reparam e contratam-te por isso", destacou.
Embalado pela vitória por 3-1 frente ao Newscastle, a primeira desde que assumiu o West Ham, Nuno Espírito Santo assegurou que os bons resultados chegarão.
Ligado ao futebol desde criança, o antigo jogador recordou ainda como era a vida em São Tomé e Príncipe e a proximidade a toda a família. Visitar o país que deixou ainda antes de completar oito anos, admitiu, fá-lo sentir-se "humilde", pelo que regressar para continuar a carreira faz parte dos planos.
"Um dia voltarei, tentarei influenciar os gestores, partilhar um pouco da minha experiência e do meu conhecimento", revelou.
A histórica qualificação de Cabo Verde para o Mundial'2026 teve algum peso na decisão e fez nascer a tentação de treinador a seleção de São Tomé. "Nunca se sabe. Mas se puder fazer parte de algo, ficarei honrado", concluiu.
