O nadador português Alexis Santos terminou, na madrugada desta quinta-feira, na 12.ª posição as meias-finais dos 200 metros estilos dos Jogos Olímpicos Rio'2016, com um tempo de 2.00,08 minutos.
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Alexis Santos tornou-se, deste modo, no primeiro português a atingir as meias-finais nos Jogos Olímpicos desde Seul'98, quando Alexandre Yokochi foi nono nos 200 metros bruços.
Nas eliminatórias, o nadador português, que já tinha sido quarto nos 400 metros estilos, bateu o seu recorde pessoal, com 1.59,67 minutos.
"Feliz com a classificação, mas um pouco desiludido com o tempo. É meia-noite e eu acabei de nadar. Acho que já se percebeu que estes não são os horários mais indicados para nadar as finais. Sem desculpas, sei que podia ter feito melhor. Neste momento, estou a valer melhor mesmo que 01.59", começou por lamentar o nadador português.
Ainda assim, Alexis Santos considera que teve uma estreia de sonho, fruto duas meias-finais em que esteve (a outra foi a dos 400 estilos), das duas classificações entre os 16 primeiros, de um recorde nacional (nos 400) e dos pessoais.
Tendo em conta o que nadei de manhã, sabia que podia fazer melhor, mas infelizmente não deu. Para a próxima há de dar", prometeu, assumindo que em Tóquio'2020 espera estar a lutar por finais.
"Esse vai ser o meu objetivo durante estes quatro anos. Vão ser quatro anos muito importantes, com Europeus, Mundiais. E é preciso começar a ter melhores resultados nesses quatros anos para chegar à final e assim ser um candidato sério e não como aqui. Nunca estive, pelo menos, perto de uma final de um mundial, apesar de ter feito medalha de bronze no Europeu recentemente. Mas é preciso mais resultados destes para chegar a Tóquio e ser um candidato", garantiu.
Depois de conseguir o terceiro melhor resultado de sempre da natação portuguesa em Jogos Olímpicos e de ter sido o primeiro a apurar-se para uma meia-final em 28 anos, o nadador do Sporting lamentou a falta de apoios.
"Espero que agora haja uma mudança, mais apoio aos atletas, mais condições de treino, que isso é o que falta em Portugal, na minha opinião. E eu sinto na pele essa falta de apoio para que em Tóquio possa ser diferente. Eu vou estar a lutar com estes atletas de topo, cara a cara, olhando para eles diretamente nos olhos", frisou, indicando que da parte da Federação Portuguesa de Natação as portas estão sempre abertas para ajudar.
Alexis Santos defendeu que há muita coisa a mudar em Portugal, nomeadamente a mentalidade de que o alto rendimento é uma perda de dinheiro e não um investimento a longo e médio prazo.
"Quando treinei em Espanha não era visto assim. Isso vê-se: agora a Mireia [Belmonte] está no primeiro lugar nos Jogos Olímpicos. São maneiras de trabalhar diferentes. Eu espero que este resultado possa ser um abrir de olhos para Portugal", manifestou.
Aos 24 anos e com mais quatro anos de trabalho até aos próximos Jogos Olímpicos, o nadador luso quer começar a pensar no seu futuro, o que significa deixar de se dedicar a 100 por cento à natação, algo que retomará um ou dois anos antes dos próximos Jogos Olímpicos.
"Seria extraordinário alcançar Yokoshi", respondeu, quando questionado sobre Alexandre Yokoshi, o único nadador português que está agora à sua frente.