A corrupção FIFA é notícia de primeira página na imprensa oficial de língua inglesa da China, um país que esta década já passou por idênticos problemas e que está agora empenhado numa "grande reforma do futebol".
Corpo do artigo
Tanto o China Daily como o Global Times destacam em manchete a detenção pela polícia suíça de sete dirigentes e ex-dirigentes da FIFA (Federação Internacional de Futebol) num hotel de Zurique, na quarta-feira, executando um mandado das autoridades judiciais norte-americanas.
O caso tem estado também em foco nos noticiários da televisão e nas redes sociais chineses.
"Isto significa que os resultados dos jogos internacionais eram manipulados pela FIFA? É terrível", diz um comentário difundido no Sina Weibo, o Twitter chinês, com mais de 200 milhões de utilizadores.
"Afinal não é só na China que há corrupção!", escreveu outro.
Em 2010 e 2011, dezenas de árbitros, jogadores e dirigentes desportivos chineses, entre os quais dois vice-presidentes da Associação de Futebol da China (CFA), foram presos, acusados de aceitarem subornos para falsificar resultados.
As penas foram duras (mais de dez anos de prisão em alguns casos) e na sequência dos inquéritos disciplinares instaurados pela CFA, 33 pessoas foram «banidas para sempre» da modalidade e vários clubes multados.
Devido à corrupção, o público afastou-se dos estádios e a própria Televisão Central da China deixou de transmitir os jogos da superliga local, mas o futebol nunca perdeu a popularidade e a atmosfera em torno da modalidade parece estar hoje mais desanuviada.
Há três meses, sob a orientação pessoal do presidente Xi Jinping, a China anunciou um "plano para revitalizar o futebol", que prevê nomeadamente a introdução da modalidade nos programas de educação física em 50.000 escolas durante a próxima década.