Adjunto de Nuno e o trabalho no Wolverhampton: "Houve um choque metodológico"
António Dias, que integra o staff do treinador português do clube inglês há vários anos seguidos, abordou a mudança feita aos métodos de treino e interligação de departamentos
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Avizinhava-se a época 2017/18 quando o fisiologista António Dias partiu de malas e bagagens, na companhia do treinador Nuno Espírito Santo, rumo a Inglaterra para dar início à quarta experiência profissional, no caso ao serviço do Wolverhampton.
Chegada ao centro de treinos do clube da Premier League, a equipa técnica maioritariamente portuguesa tratou de, num primeiro momento, aplicar uma reformulação ao nível da tipologia de treino "para prevenção de lesões" no plantel.
"Penso que toda a equipa técnica, e o Nuno muito especificamente, teve uma estratégia que passou por um choque metodológico de trabalho em muitas áreas, nomeadamente o trabalho de preparação física específico, o de ginásio, um trabalho de força ou com trabalho de potenciação. Tivemos um impacto grande na alteração de instalações e dos meios de trabalho", afirma António Dias.
Além disso, o fisiologista português, formado em educação física, detalha que foi implementada, com sucesso, uma interligação entre a equipa técnica e o departamento clínico do clube britânico, originando a união de tarefas.
"Conseguimos uma dinâmica de trabalho com a equipa médica. Muitas vezes, conjugava-se o trabalho de condição física, de fisioterapia e o trabalho médico conjugava-se tudo. Penso que conseguimos, claramente, multiplicar braços", referiu António Dias.
O membro do staff técnico liderado pelo treinador Nuno Espírito Santo, "influência" para se tornar "num melhor profissional" na área da fisiologia, assumiu que a mudança de métodos de treino causou maior proximidade com os jogadores e evolução individual e coletiva.
"Conseguimos abraçar muito mais os jogadores. Perceberam que havia algo diferente a passar-se. Conseguimos que eles se vinculassem à nossa metodologia de trabalho e conseguimos ter mais acesso a como eles se sentem. Passou a haver muito mais veículos de comunicação. Nesse aspeto, acho que conseguimos, realmente, crescer", concluiu António Dias.