Abel preocupado com violência no Brasil: "Tenho de pensar no que quero para a minha família"
No domingo, adeptos do Cruzeiro e do Atlético Mineiro envolveram-se em confrontos e uma pessoa morreu. Abel Ferreira diz estar preocupado com o clima de violência. "Quantos mais vão morrer?", questionou.
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Após a vitória por 2-0 sobre o Guarani, para o campeonato paulista, Abel Ferreira comentou a violência no futebol brasileiro, dizendo que vai repensar o seu futuro no país caso os incidentes continuem a acontecer. O treinador português soube da morte de um adepto em Belo Horizonte durante confrontos entre fãs do Cruzeiro e do Atlético Mineiro e também abordou os graves desacatos no México, num jogo entre o Querétaro e o Atlas de Guadalajara, que fez mais de 20 feridos.
"Muitos episódios graves estão a acontecer no futebol. Não podem olhar para isto e estas pessoas e estes clubes não sejam punidos. É preciso dar a cara. Hoje entrei nesta conferência de imprensa e falaram-me de uma rixa num jogo, com uma morte registada. Quantos mais vão morrer? Os organismos do futebol e outras entidades têm de dar a carga, justificar o cargo que ocupam. Quando eu não ganho, tenho responsabilidade. E espero que cada um assuma a responsabilidade pelo bem do futebol brasileiro: a CBF, a organização dos estaduais, o Ministério Público... Que sejam tomadas medidas. Todos falam do melhor futebol na Europa, mas já foi uma miséria, devido aos hooligans. As palavras leva-as o vento. A segurança preocupa-me muito", alertou Abel.
"Quando entrei aqui e vi imagens do México e dizem-me que no Brasil acontece o mesmo... vou ter de pensar muito bem no que quero para a minha família, para mim e para os meus jogadores. Não podemos fingir que nada está a acontecer. Posso ser rival, mas respeito a vida. No futebol não vale tudo. A vida tem valor. Temos de dar o exemplo", acrescentou sobre este tema.
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