Declarações de Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, após o empate 1-1 com o Água Santa, no domingo, para a oitava jornada do Campeonato Paulista. Com quatro jornadas por disputar, o Verdão é terceiro do Grupo D (a dois pontos do segundo e três do primeiro), fora dos lugares de qualificação para a próxima fase
Corpo do artigo
Momento que o Palmeiras atravessa: "Não estou a mentir para ninguém. Só não entendeu o que eu disse desde o início quem não quer ou não quis. Eu não vou trocar aquilo em que eu acredito que tem que ser feito: dar oportunidade para todos os jogadores de se mostrarem para depois, quando nós entendermos, fechar. É verdade, estamos fora da zona de classificação, queremos lutar pelo campeonato outra vez. Eu entendo que está toda a gente com olhos virados para o Palmeiras. Sabemos onde estamos, sabemos quem são os jogadores prontos, se precisamos buscar um central ou não depois de ter saído um jogador. Precisamos de mostrar a nós mesmos quais são as necessidades que o clube tem. No último jogo fizemos um jogo bom, mas por uma decisão individual não ganhámos, mas vamos melhorar. Não fizemos um bom jogo e vamos continuar a afinar a nossa equipa. Sei o que estou a fazer. Quando trocamos cinco ou seis jogadores isso pode afetar a nossa dinâmica, mas precisamos de dar a mesma chance aos outros."
Forma física dos jogadores do Palmeiras: "A minha função como treinador é ajudar os jogadores, ensinar, educar e corrigir. É isso que eu faço com todos eles. Depois, cada um mostra no treino e no jogo a sua capacidade, como foi hoje. Já disse várias vezes que vou utilizar o Paulistão para dar a oportunidade para todos os jogadores e perceber as necessidades para a nossa equipa. Claramente há jogadores em melhor forma do que outros, como pudemos ver hoje. O Flaco não é o único [abaixo de forma fisicamente], há jogadores que não estão na sua plenitude, não só na forma física como nas tomadas de decisões. Eu sei que vocês gostam muito de individualizar, se eu o deixei de fora é porque não merecia jogar, e se jogou hoje, é porque merecia jogar. A minha função é fazer sempre o que é melhor para o Palmeiras."
Situação de Flaco López: "López é jogador do Palmeiras. Se pagaram a cláusula dele ou de qualquer outro jogador, eles podem sair."
Estratégia no Paulistão: "A minha decisão é dar oportunidade a todos os jogadores de jogar, de mostrar, terem tempo. Nós, internamente, vamos perceber quais as necessidades que temos. Não porque empatámos hoje, até achei que mereci o empate e não mais. Fizemos 30 minutos com dinâmica, com qualidade, mas depois decisões erradas, finalizações, cruzamentos. A forma como sofremos o golo é uma decisão mal tomada. Nós não jogamos em fora do jogo, a diagonal do avançado precisa de ser acompanhada, nós não parámos a nossa linha, é isso que treinamos. Há muito o que corrigir. Sei quem jogou há dois dias e quem jogou hoje. Sei as dinâmicas que precisamos de melhorar. Sei o que a equipa pode nos dar, mas vou dar oportunidade de todos mostrarem algo no Paulistão."
O futuro de Rony: "O Rony é jogador do Palmeiras como todos os outros. O Vitor Reis era jogador do Palmeiras, mas veio uma proposta que o Palmeiras não podia recusar. Portanto, o Rony, o López, estão sujeitos às leis do mercado. Enquanto o mercado estiver aberto tudo pode acontecer com qualquer jogador. O Rony faz parte do plantel desde o início, teve uma transferência falhada, mas está no plantel."
Início de ano irregular: "Nós temos, na minha opinião, uma pré-temporada com jogos de irregularidade. Não vou matar os meus jogadores em função do calendário, correndo os riscos que temos que correr. Se tiver que não ir na máxima força em todos os jogos por causa do calendário, eu vou fazer o que eu acho que é o melhor para o Palmeiras. A nossa pré-temporada tem sido irregular, mas as decisões do treinador também foram irregulares. Temos que trabalhar muito para conseguir este título inédito. Estamos a flutuar um bocadinho entre o bem e o mal."
Reforços: "Já tive uma conversa com a Direção no ano passado. Sabemos que há jogadores que eu quero, que estão identificados com nomes. Entendo que há situações que têm que ser no momento certo, na hora certa, negociações. Muitas vezes não é na hora que nós queremos, do outro lado há rivais. Vamos continuar a fazer o nosso caminho."