"É uma falta de respeito clubes fazerem 600 km e não serem recebidos por quem manda"
Luís Torres, diretor-geral da SAD do Olhanense, falou à saída da reunião que seis clubes do Campeonato de Portugal solicitaram à FPF. O dirigente considera inadmissível Fernando Gomes não ter estado presente.
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Os seis clubes do Campeonato de Portugal mais descontentes com o cancelamento da prova, decidiram abandonar a reunião que solicitaram à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em protesto por Fernando Gomes, presidente do organismo, não estar presente, apesar de essa premissa nunca ter sido considerada anteriormente.
Conforme O JOGO apurou, cinco dos presidentes - Olhanense, Fafe, Lusitânia de Lourosa, Benfica e Castelo Branco e Real Massamá - deslocaram-se à Cidade do Futebol (o líder do Praiense entrou por videoconferência) e foram recebidos por José Couceiro, diretor técnico nacional, Carlos Lucas, diretor de competições, e Luís Sobral, diretor-geral adjunto, os mesmos com quem têm dialogado nos últimos meses sobre a reformulação da competição.
Luís Torres, diretor-geral da SAD do Olhanense falou à saída da reunião e disse que é "inadmissível" os clubes não serem recebidos por Fernando Gomes.
"Merecíamos esse respeito de sermos recebidos por Fernando Gomes e não por diretores. Nesse sentido, pedimos à FPF por mais do que uma vez que nos recebessem a nós que somos os leais representantes dos clubes, sócios desta casa [FPF], donos desta casa, porque os clubes são donos da Cidade do Futebol. Não é a FPF, não é o Sr. Fernandes, o sr. Carlos Lucas, o Sr. Tiago Craveiro ou o Sr. José Couceiro, a FPF somos nós. Estamos aqui todos unidos e estamos a dar uma chapada de luva branca à FPF. Somos rivais dentro de campo, conseguimos unirnos em torno da justiça desportiva e daquilo que aconteceu dentro de campo. É inadmissível a FPF tomar uma decisão contra estes seis clubes que aqui estão num sábado à tarde, a seguir a um feriado, país em estado de emergência e depois passado cinco dias nem terem a dignidade de sermos recebidos pelo presidente desta instiuição", explicou em declarações à SportTV.
"Nós acreditamos que merecemos o respeito da FPF, para receberem os seis para falarem com as pessoas cara a cara. A FPF mandou para a reunião um diretor de competições, um vice-presidente que também é o coordenador técnico das competições e um diretor-adjunto, que é o Sr. Luís Sobral. Nós os seis reunimo-nos antecipadamente e dissemos que só aceitávamos falar com quem decide. Foram essas mesmas pessoas que durante três meses nos disseram que em último caso íamos jogar e treinar na Cidade do Futebol. Nunca nos foi dito que ia ser feito um critério ilegal e injusto feito à medida de alguém e não sabemos com que interesses por trás. Queríamos uma explicação por quem tomou a decisão", acrescentou.
"Nova reunião agendada? É uma falta de respeito alguns clubes fazerem mais de 600 quilómetros para uma reunião e não serem recebidos por quem manda. O Olhanense e o Praiense vão entregar hoje uma causa ontra a FPF e os clubes estão todos representados nesta causa. O Olhanense e o Praiense são as únicas equipas da Europa que acabaram em primeiro lugar e descerem de divisão, que é o que acontece em consequência da alteração dos modelos competitivos. É inaceitável o que aconteceu em Portugal", referiu Luís Torres.
"Falar com Vizela e Arouca para se unirem? Os oito clubes estavam unidos, quem criou esta desunião foi a FPF. Se em último caso não houvesse solução nenhuma, aceitávamos um sorteio entre todos e as duas bolas que saíssem aceitávamos o que saísse", finalizou.