Em oito jogos, o médio que foi desviado para as alas tem dois golos e duas assistências. Arranque positivo ajudou o internacional guineense a regressar à seleção do seu país, dois anos depois. Gabriel Silva, antigo adjunto no Aves, comparou o seu crescimento ao de Mangas e Abdoulaye.
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Zidane Banjaqui nunca produziu tanto num arranque de temporada. O médio-ofensivo, que tem jogado descaído nas alas, já fez dois golos e outras tantas assistências em oito jogos pelo Feirense, sendo que o último remate certeiro contribuiu para a conquista de um ponto, na receção ao Portimonense (1-1). Este belo rendimento faz do jogador, de 25 anos, um dos principais destaques da equipa de Vítor Martins, a par do guarda-redes João Costa, e fê-lo regressar à seleção da Guiné-Bissau, à qual não era chamado há dois anos.
Gabriel Silva, que foi adjunto de Nuno Manta no Aves, em 2019/20, quando Banjaqui se estreou na I Liga, assume que na altura ele já era visto como um atleta diferenciado. “Foi um jogador que beneficiou da conjuntura do clube e passou dos sub-23 para a equipa principal. Lá fez muitos minutos e jogos a titular. Acabou por se desenvolver, evoluir e afirmar como jogador importante, um pouco à semelhança do Mangas e do Abdoulaye”, recordou o técnico, de 31 anos, que começou esta época como adjunto do Trofense e agora está sem clube, acrescentando que a polivalência e características do internacional guineense são aspetos que o valorizam: “É um jogador que não tem medo de ter a bola. Leva o jogo para a frente em passe ou em condução. Tem boa chegada a zonas de finalização, onde se destaca pela capacidade de meia distância. Isso permite-lhe jogar como 8 ou 10 mas também como falso extremo, vindo para zonas interiores e poder rematar ou fazer o último passe”, descreveu Gabriel Silva a O JOGO.
Além do processo ofensivo, que é a sua principal arma, Gabriel destaca-lhe também “a importância no momento defensivo, onde melhorou na agressividade e na reação à perda”, ou seja, é um jogador que “dá muitas soluções” a qualquer equipa.
Gabriel Silva acredita que o futuro de Banjaqui, antigo jogador da formação do Sporting e do Benfica, deverá passar em breve pelo escalão principal, já que no Feirense encontrou o contexto ideal para crescer e ganhar estabilidade. “Depois de sair do Aves, passou em bons clubes [B SAD, Casa Pia e Mafra], mas nunca se afirmou. Agora tem todas as condições para voltar à I Liga. As características que ele demonstra não são fáceis de encontrar: jogadores que consigam receber em zonas interiores, proteger a bola e rodar sobre o adversário para depois encarar no último terço as defesas adversárias são muito valorizadas, pois nem todos têm essas competências”, concluiu o técnico natural de Vila Nova de Gaia.
Mijatovic seria o nome, mas a mãe quis... Zidane
Predrag Mijatovic era o nome preferido pelo pai Banjaqui para batizar o filho, mas a mãe preferiu Zidane por não conseguir pronunciar o nome inspirado no ex-futebolista montenegrino, optando pelo apelido mais fácil do internacional francês. Depois de se tornar profissional, o jogador do Feirense teve Messi, Hazard e Neymar como modelos.