Declarações em tribunal de Valter Semedo, um dos arguidos do ataque à Academia do Sporting.
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Valter Semedo, um dos 44 arguidos do processo do ataque à Academia do Sporting, falou esta quarta-feira em tribunal. "Depois dos acontecimentos da Madeira, começou a nascer a vontade de mostrar descontentamento pelo resultado e, depois, pela atitude que o jogador [Acuña] teve connosco no Funchal", começou por dizer.
"Criei o grupo de Whatsapp 'Academia amanhã' e foram escritas centenas de mensagens. Muitas delas eram na brincadeira", garantiu, explicando que o objetivo era "demonstrar descontentamento de forma não simpática, chamar-lhes mercenários, dizer que não eram dignos de usar a camisola".
Valter Semedo apresentou a versão dos acontecimentos no interior da Academia. "Tapei a cara, comecei a correr e alguém disse que o treino acabava dali a bocado. Disse para acelerarmos porque corríamos o risco de não apanhar os jogadores. Entrei e dirigi-me ao campo, onde vi o mister Jesus sozinho. Não sabia se o treino tinha acabado ou se estava a começar", disse. "Tentei abrir uma porta por onde os jogadores costumam sair, mas ela não abria. Foi quando ouvi gritos lá dentro. Nem percebi como tinham entrado. Fui lá ter e vi o Dost a queixar-se da cabeça, acompanhado de alguém do Sporting. Não estava a perceber o que tinha acontecido... ", continuou, falando depois de William Carvalho.
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"Entretanto, o William vem ter comigo e pergunta-me o que era aquilo. Eu tinha baixado a t-shirt da cara e ele reconheceu-me. Levou-me para as casas de banho e ficámos sozinhos. Disse que tinha sido agredido e que irmos falar era normal, mas que não era preciso bater. Disse-lhe que não era esse o nosso objetivo", indica. "Quando deixei de ver toda a gente disse ao William que falávamos mais logo e corri lá para fora", rematou.