Pedro Lara, arguido do processo do ataque à Academia do Sporting, falou em tribunal esta quarta-feira.
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Pedro Lara, um dos arguidos do processo do ataque à Academia do Sporting, foi ouvido na manhã desta quarta-feira em tribunal. "Nunca iria lá se soubesse o que ia acontecer", afirmou. "Quando ia a entrar na área profissional ouvi barulho, gente a dizer para irmos embora e percebi que tinha havido confusão. Vim cá para fora e nem sequer entrei no balneário", disse ainda.
O Ministério Público questionou Pedro Lara sobre a presença de tochas. "Eu não levei tochas. Considero-as uma forma de incentivo", respondeu, explicando o motivo que levou alguns invasores a tapar a cara. "Havia jornalistas e as pessoas não queriam ser vistas. Não achei estranho. Eu, pessoalmente, levei uma gola para tapar a cara. Não queria aparecer na televisão", observou. "Mandaram mensagem um dia antes a perguntar se queria ir à Academia. O objetivo era protestar contra a derrota com o Marítimo, mas também incentivar para a final da Taça", indicou.
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Pedro Lara recordou um episódio ocorrido também em Alcochete. "Já tinha ido à Academia quando o Peseiro era treinador. Na altura fomos em grupo, alguém falou com o segurança e entrámos de forma ordeira", disse.
O processo da invasão à Academia tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados de autoria moral de todos os crimes.