
Pedro Russiano
Pedro Russiano ganhou o Campeonato de Portugal na época passada e deu o salto para o Penafiel, mas voltou ao Lusitano de Évora
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Bem se pode dizer que os últimos três meses da carreira de Pedro Russiano foram atribulados. Vencedor do Campeonato de Portugal pelo Lusitano de Évora, que subiu à Liga 3, no final da temporada passada, o treinador de 40 anos deu o salto para o Penafiel, mas sem vitórias ao cabo de seis partidas realizadas foi despedido. No início de outubro foi "resgatado" pelo Lusitano.
"O futebol está de tal forma dinâmico que temos de estar sempre de malas feitas", resume a O JOGO. "Tive o salto normal de quem foi campeão do CdP, o Lusitano recebeu um valor de indemnização e eu fui à procura do sucesso, numa oportunidade que também era monetariamente mais vantajosa para mim", conta. Porém, dois empates e três derrotas na II Liga e a eliminação da Taça de Portugal, nos penáltis, ditaram a saída.
No Alentejo, o estreante Lusitano também dispensou Ricardo Pessoa e, na hora de escolher o sucessor, virou-se para o aclamado Pedro Russiano. "Foi uma sugestão do presidente. Pediu-me que viesse acabar o projeto que iniciámos", explica. "O presidente Pedro Caldeira acredita muito no meu trabalho e eu no dele, nas pessoas de Évora e na estrutura, que tratam muito bem os jogadores e treinadores", elogia. "É bom, porque voltei para um clube onde fui feliz, onde posso ser o treinador Pedro Russiano e onde tenho a ajuda de uma estrutura que apoia o treinador", enfatiza.
Quando regressou, Russiano encontrou o Lusitano no antepenúltimo lugar, com sete pontos. Perdeu nas Caldas por 1-0, mas entretanto conseguiu dois triunfos seguidos e o salto para o quinto lugar, a dois pontos das quatro posições que garantem a fase de subida. "Senti alguma incerteza e dúvida se a equipa que tinha sido campeã do CdP seria capaz de ter o mesmo sucesso na Liga 3. Fui à II Liga, conheci uma realidade diferente, fiz vários jogos-treino com equipas de Liga 3 e sinto que os jogadores são muito semelhantes. Muda é a parte mental. Há equipas na Liga 3 mais fortes do que algumas da II Liga", considera. O sucesso recente nesta nova etapa deu, até, azo a brincadeiras no balneário. "O Martim [Águas] disse ao meu adjunto que tinha saudades de ganhar dois jogos seguidos. Estivemos seis ou sete sempre a ganhar em 2024/25, ouvir estas piadas é um gesto de brincadeira e felicidade", relata. "Temos uma família, um grupo unido, com a base daqueles que foram campeões do CdP, mas também algumas contratações que vamos enquadrar no nosso estilo", termina.
Dois anos de contrato e cláusula ainda mais alta
Chegar à II Liga, mas cair para a Liga 3 "não foi um passo atrás" na carreira, defende Russiano: "É um acumular de experiências que no futuro pode fazer-nos chegar de novo lá acima." Contudo, os alentejanos blindaram o treinador com dois anos de contrato e uma cláusula de rescisão maior do que a anterior. "A anterior era difícil de bater, mas bateram-na. Sei que vou ser feliz, porque tenho pessoas que me deixam trabalhar e ajudam a ter sucesso", sublinha.

