
Joel Vital
Joel Vital é o novo presidente, após a demissão de Marco Pêba, e quer recolocar o clube nas provas profissionais
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Joel Vital assume que o objetivo imediato é a permanência do Covilhã na Liga 3, embora no futuro pense na subida à II Liga. A última vitória dos serranos, contra o Caldas (2-1), ficou marcada pela estreia do novo treinador, Rui Mota - rendeu José Bizarro -, cujo trabalho foi elogiado pelo presidente.
Assumiu a presidência na semana passada. Era um objetivo que tinha em mente ou surgiu mais cedo do que esperava?
-Assumimos este caminho, pois pensámos ser o melhor para o clube neste momento. Eu sou apenas o rosto, porque, no fundo, todos somos presidentes e temos de trabalhar como uma equipa. Não tinha ambições de chegar ao cargo, a única coisa que queria era ajudar. Este clube deu-me muito na minha carreira de jogador e queria apenas retribuir.
Já estava dentro da estrutura do clube há algum tempo. O que levou o anterior presidente, Marco Pêba, a demitir-se?
-Essa é uma pergunta à qual prefiro não responder, pois o clube precisa de estabilidade e não quero alimentar polémicas.
Quando deixou de ser jogador tinha em mente o dirigismo?
-Quando terminei a carreira surgiu logo o convite do falecido presidente José Mendes para integrar a sua Direção. Para mim foi uma honra por se tratar da pessoa mais séria que conheci até hoje nos seus compromissos, com uma ambição e paixão desmedidas pelo clube.
Aos 37 anos, é dos presidentes mais jovens. Sente-se preparado para este desafio?
-Felizmente, temos pessoas muito capazes na Direção, que tudo fazem para que o clube todos os dias progrida. Por isso, a minha idade é apenas um número. Sei o que posso acrescentar nesta equipa e tudo farei para que o Covilhã volte aos patamares que merece.
Apesar da vitória contra o Caldas, a equipa está numa posição perigosa na tabela. O que pode prometer até ao final?
-Foi uma vitória importante num jogo muito bem conseguido pela equipa. Agradeço a toda a equipa técnica, em especial ao míster Rui Mota e ao seu adjunto Hugo Nascimento, pelo que fizeram em tão pouco tempo. Têm uma ambição enorme e precisamos de treinadores assim, que não se assustem com a fasquia que lhes é proposta. Não esquecendo os adeptos, que foram o 12.º elemento na parte final, e os jogadores, que mostraram muito caráter num jogo muito importante, no início da segunda volta.
Até descer à Liga 3, o Covilhã esteve durante vários anos na II Liga. É o patamar onde o clube deve estar?
-Sem sombra de dúvidas, o patamar deste clube não é a Liga 3. Temos de repensar a estratégia para que o clube possa voltar às provas profissionais o mais rápido possível. Neste momento queremos estabilizar o clube e conseguir a permanência na Liga 3. É o principal objetivo.
Haverá entrada de investidores?
-Está a ser desenvolvida uma estratégia conjunta da Direção para planear o futuro. Já tivemos algumas reuniões com patrocinadores, sócios e investidores. Queremos o melhor. Quem vier tem de investir a longo prazo no clube. Os objetivos passam pela construção da academia, criação de equipas femininas e apostar muito nos jovens da formação, dando-lhes condições para desenvolverem as suas aptidões.
Poderá haver reforços em janeiro?
-Vamos esperar pela avaliação do míster ao plantel e definir prioridades para a equipa. Estamos numa fase de avaliação.
Passou as últimas nove épocas como jogador no Covilhã. Foi o clube mais especial que teve?
-A par do Salgueiros, onde fiz quase toda a formação, o Covilhã é um clube que me diz muito, pelas pessoas da estrutura e principalmente da cidade, que me adotaram como um filho da terra. Estou muito grato por todo o carinho que demonstram por mim e pela minha família.
Como se define enquanto presidente?
-Defino-me como uma pessoa humilde, trabalhadora e que deseja muito dar alegrias aos adeptos, independentemente do tempo que aqui estiver.
Conheceu a mulher na Covilhã e ficou a um ponto da I Liga
Natural do Porto, Jorge Vital mudou-se para a Covilhã em 2013/14 e não mais largou a cidade. "Cheguei em 2013 para jogar no clube e nada fazia prever que ficaria aqui até finalizar a carreira. A cidade é muito acolhedora. Também conheci aqui a minha esposa, que estava a estudar medicina. Construímos a nossa família, temos duas filhas e não queremos deixar esta cidade, que nos dá tudo o que precisamos", explicou, recordando que a melhor época foi em 2014/15. "Fizemos 80 pontos, os mesmos do União da Madeira, que subiu à I Liga. Foi um ano incrível, com um dos orçamentos mais baixos da II Liga. Além disso, houve a envolvência dos adeptos, que foi extraordinária." Sobre os amigos que mantém no futebol destaca Luís Rocha (Santa Clara), Carlos Manuel (adjunto) e João Traquina (preparador físico).
