Soudani, argelino que foi craque do Vitória em 2012/13, ano de conquista da Taça de Portugal, atua nos eslovenos do Maribor, mas não esquece, pronunciando-se na língua de Camões, êxito na cidade-berço e uma legião de adeptos fanáticos que o fizeram amar o clube.
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Soudani venceu uma Taça de Portugal pelo Vitória, o último troféu somado pelos conquistadores em 2012/13, tendo sido um dos nomes fortes dessa altura, fazendo as delícias dos adeptos com vários golos ao longo de duas temporadas, 18, brilhando e magnetizando alguns olheiros, o que levou a uma saída para o Dínamo Zagreb.
O argelino passou a conhecer a realidade da Champions, saboreou títulos nacionais na Croácia e Grécia, venceu uma CAN pela Argélia, estando, agora, aos 36 anos, ainda ativo nos eslovenos do Maribor mas sempre com Guimarães e o Vitória no pensamento, pois foi esta a sua primeira escala na Europa.
"Passaram os anos mas falo português e sempre falo bem da minha passagem pelo clube. É o meu clube do coração, porque foi a primeira equipa que representei na Europa, que me deu a conhecer. Não posso esquecer isso, além de que venci uma Taça de Portugal, uma conquista incrível e um troféu de muito valor. É algo que sempre está presente nas minhas memórias", classifica, certo que os "adeptos também esqueceram essa celebração". "Ficaram ainda muitos amigos, sempre mantive contacto com Flávio Meireles, Pedro Mendes, Alex, Ricardo Pereira, Douglas, Olímpio e, claro, o meu cabeleireiro, Pedro Rocha", lembra o atacante argelino, que chegou a Portugal procedente do ASO Chlef.
Apesar da grande distância da sua vida no castelo, Soudani segue pendente das proezas do Vitória, da realidade do clube, seja animadora ou atormentadora. "Pelo que sei é um clube que está com boas condições, mas que antes não estava tão bem. Espero, sobretudo, que possam voltar a conquistar um troféu, os adeptos merecem muito isso, seja o Taça ou até o Campeonato, porque não!", relata Soudani, que tem conhecido clubes com uma dimensão humana de elevada paixão e fervor, caraterísticas transpostas das bancadas para o dia-a-dia.
"Sim, tenho tido sorte, seja a jogar pelo Olympiakos, Dinamo Zagreb, seleção argelina, estou sempre a jogar para adeptos fanáticos. E no Vitória foi onde tudo começou, logo amei o clube por causa disso. Eram realmente incríveis, eu saía à rua e todos falavam do Vitória, vestiam algo do clube. Nestes contextos ainda é mais importante deixar boa imagem, sabemos que seremos sempre lembrados", avalia, não esquecendo que também no Maribor, na Eslovénia, sente igual carinho avassalador.
"Vivo entre Maribor e Zagreb, é praticamente uma hora de carro, é como se fosse Porto-Guimarães. Mantive a casa em Zagreb, onde joguei cinco anos pelo Dínamo. Maribor é uma cidade como Guimarães, não é grande mas tens acesso a tudo", resume Soudani.
"Portugal é uma nação de craques"
Colega de Ilicic, figura importante do futebol esloveno, que até está no Europeu após longa luta contra uma depressão. Será hoje adversário de Portugal.
"A Eslovénia fez grandes jogos no seu grupo, sendo que era um grupo muito difícil. Conheço muitos jogadores, a começar no Stojanovic, que jogou comigo no Dínamo várias épocas. É um bom elenco, onde todos trabalham muito bem e cumprem com rigor as ideias do treinador. São jogadores de nível muito semelhante, todos têm hipótese de jogar. No fundo é um grupo unido, isso sustenta os bons resultados", explica.
"Sei que a Eslovénia venceu Portugal no amigável mas, agora, é competição a doer e Portugal é uma nação de craques. São jogadores do nível mais elevado na Europa, não vai ser fácil, espero um bom jogo, quem ganhar está de parabéns."