Declarações de Vítor Bruno em conferência de imprensa de antevisão ao Santa Clara-FC Porto, jogo marcado para sexta-feira (17h00) e relativo à segunda jornada da I Liga
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Amanhã [sexta-feira] estará muito calor, 30 graus, conjugado com níveis muito altos de humidade. Isso entrou na preparação do jogo? "A única forma de entrar era pedir para estar a 30 graus também aqui no Porto. Isso não conseguimos controlar, é impossível. O que sabemos é que temos de ir a jogo independentemente das condições que tivermos e adaptarmos rapidamente àquilo que o jogo está a pedir. Depois, se é com sol, se é com chuva, se é com vento... na época passada tivemos um jogo em condições miseráveis na Taça de Portugal. E aí sim, eu acho que os intervenientes têm a obrigatoriedade de poder perceber como o jogo está a ser desenvolvido, e garantir sempre a total integridade física dos elementos que estão lá dentro, e sobretudo dos jogadores, que são os verdadeiros intervenientes do espetáculo. Até aí, enquanto o jogo puder andar, nós lá estaremos para dar corpo."
Toni Martínez ainda não jogou esta época. As características dele estão mais afastadas do que a equipa faz neste momento? Poderá ser uma das soluções internas face à saída do Evanislon? "O Toni [Martínez] tem aquilo que me agrada mais, é no primeiro treino da semana, perceber a forma como eles atacam o treino. É normal que haja alguma desilusão no momento em que as decisões começam a ser tomadas, alguns têm que ficar fora do jogo, faz parte daquilo que é o trabalho deles, eles sabem disso, mas depois a forma como eles me respondem em campo, falo de treino, para mim é revelador daquilo que é o caráter de cada um deles. E o Toni mesmo, desiludido, que é normal haver alguma desilusão por não fazer parte da lista, por não estar nos 20, o sinal que ele me deu no primeiro treino da semana foi um sinal brutal, e a dar-me a entender com quem é que eu posso contar. Isto para mim é o mais importante. Falando do Toni, poderia falar também de outros. Vi num jornal na semana passada que o Marco [Grujic] tinha perdido o comboio, uma notícia completamente desprovida de fundamento. Depois de associarem a questão do Marko ao erro que ele cometeu no jogo com o Sporting, aqui ninguém, ninguém crucifica ninguém por erros, isto está fora de hipótese, até porque estigmatizar alguém devido a um erro seria quase, no fundo, desumanizar uma pessoa, o erro faz parte da condição humana, não temos que agarrar-nos àquilo que é o erro. Eu olho muito para isso, olho sobretudo à forma como eles reagem perante o erro. Da mesma forma que falo do Marco, falo do Toni. Não tem sido utilizado, mas está à porta de poder jogar e de poder ser decisivo também."
Quantos reforços quer ter? Quantos jogadores, no total, quer ter no plantel? "Em termos numéricos, o presidente sabe qual é a minha expectativa. Falei para ele desde o primeiro dia em que começamos aqui a trabalhar. Eu não gosto de ter plantéis demasiado alongados, até porque julgo que a comunhão que tem a ver com a equipa B funciona muito nesse sentido. E nisso, essa relação tem sido total. O João Brandão também tem sido inestimável na forma como tem partilhado muito daquilo que são as necessidades dele. Aquilo que nós entendemos enquanto espaço competitivo também para miúdos, que estão a começar agora e que também precisam deste espaço para poder crescer. Depois, essa flutuação vai sendo feita. Vamos ajustar. Esse é um ponto que está seguro. Em relação a reforços, vamos ver. Sinceramente, eu acho que temos aqui dentro muitas soluções. Às vezes olhamos muito para fora e há sempre aquele risco inerente à volatilidade do mercado, de haver alguma dose de risco em perceber se é uma contratação segura ou não, se é o alvo cedo. Nós entendemos porque temos alguns sinalizados no caso de acontecer aquilo que está a acontecer agora. Depois há uma questão de capacidade do clube, de engenharia financeira, perceber até onde é que podemos ir, garantindo sempre a defesa total intransigente dos interesses do clube, nesta partilha absoluta que tem havido sempre. Entre administração, equipa técnica, temos tido essa abordagem diária, discutimos muito, partilhamos muito. A partir daí, atacamos o mercado em função daquilo que ele nos for oferecendo."