Villas-Boas fala em primeiro ano "violento": "Tínhamos seis meses para pagar 115 milhões"
Declarações do presidente do FC Porto no Portugal Football Summit, evento que decorre na Cidade do Futebol até sábado
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Vida de treinador e agora de presidente: " Bom, uma vida feita de grandes mudanças, de grandes aventuras, evidentemente. Na mudança de treinador para presidente, o que se mantém é um amor único pelo FC Porto, pelo que ele representa, pelos seus valores, os seus princípios. Um destino de vida para mim, uma obrigação, um sentido de vida único, que era chegar à presidência do FC Porto. E agora um sentido de missão, de melhor servir a instituição, entregá-la melhor do que a encontrei. Vai ser difícil, evidentemente, tendo em conta o passado glorioso e histórico do FC Porto, mas o meu propósito é esse, é servir a instituição, entregá-la melhor do que a recebi, espero que com muitos títulos, bem estruturada financeiramente, operacionalmente e com o crescimento associativo que quero e desejo. Portanto, uma transformação enorme, pessoal, de treinador para presidente. Vai muitas diferenças. Parte do meu dia a dia é liderar equipas. Felizmente, estou muito bem acompanhado, estão aqui presentes. Posso orgulhar-me de que em Portugal terei das melhores equipas de gestão do país e é por isso que temos tido o crescimento que temos tido nos últimos 16 meses."
Balanço: "Sim, 16 meses intensos, de profunda transformação do FC Porto. Evidentemente, no plano desportivo, ambicionamos títulos, pelo que o meu primeiro ano de mandato foi violento. E o FC Porto ficou aquém dos seus objetivos. Tivemos algumas mudanças pelo meio e tivemos uma reestruturação financeira gigante. Portanto, o FC Porto, em 16 meses, movimentou cerca de 450 milhões de euros em receitas, não só através do mercado, mas também com operações financeiras. E, de certa forma, foi isso que o salvou enquanto clube associativo. Porque encontrava-se numa situação limite. Quando nós tomámos posse, tínhamos 15 dias para pagar 15 milhões e tínhamos seis meses para pagar 115 milhões de euros. Portanto, a situação foi muito perigosa. Fomos ajudados por sócios numa primeira fase, que aderiram a papel comercial. Depois, conseguimos uma das operações financeiras mais notórias do ponto de vista financeiro para clubes portugueses, que seguramente virá aplicada muito em breve nos outros dois grandes. E levantámos 115 milhões de euros com dívida americana. Portanto, nós estamos no caminho de reestruturação. Vendemos 30% dos nossos direitos comerciais. Vendemos, evidentemente, ativos do plantel na ordem dos 115 milhões de euros no mercado de janeiro. Portanto, esta injeção de capital basicamente serviu para salvar o FC Porto e manter o FC Porto enquanto um clube de associados, que é o nosso maior propósito e é assim que o queremos deixar."