Villas-Boas e o papel dos sócios: "Permitiram levantar 15 milhões para fazer face aos salários"

Pouco tempo para resolver problemas quando chegou: "Felizmente, eu encontrei nas minhas equipas de gestão pessoas muito metódicas, muito profissionais e que se entregaram de alma e coração já em campanha aos destinos do FC Porto. Portanto, houve muito trabalho de background, que eu fiz com o José Pedro Pereira da Costa, com o Tiago Madureira, com o João Borges, com o José Luís Andrade... pessoas que me ajudaram a rapidamente chegarmos ao FC Porto e executarmos um plano. Evidentemente, naquela fase inicial, onde não havia capital, nós tivemos de nos suportar nos sócios, naqueles que amam o FC Porto. Foram esses que nos permitiram levantar 15 milhões de euros para fazer face aos salários dos empregados, dos jogadores de futebol, porque o FC Porto estava numa situação limite. Portanto, esta reestruturação financeira foi absolutamente fundamental, mas esse trabalho de background em campanha foi também fundamental porque a gente foi abrindo portas, foi testando mercados. Reunimos com a JP Morgan, com a Goldman Sachs, com a Morgan Stanley. Fomos testando oportunidades, vendo a sensação, ver também como é que as pessoas respondiam à marca do FC Porto, a sua credibilidade na banca, que estava de rastos e esse trabalho foi fundamental para rapidamente implementar um plano que agora, felizmente, conseguimos. Não queríamos que tivesse sido com a violência de terminar em terceiro lugar. Ganhámos uma Supertaça no ano passado. Podemos orgulhar-nos dela, mas ficámos curtos em todas as outras competições num ano em que participámos em muitas competições."

Foco na relação forte com sócios e adeptos: "Sim, eu acho que é uma nova abertura aos sócios do FC Porto. Os sócios têm-nos ajudado muito, porque nós estamos a crescer cerca de 15% por ano em número de associados. Poderíamos primeiro pensar que este crescimento associativo estava intimamente relacionado com as emissões de 2024, mas a verdade é que voltamos a crescer 15% agora nestes último seis meses. Este crescimento dá-nos sinais de uma nova forma de viver o associativismo e as pessoas a quererem aderir a este novo FC Porto associativo. O que é o novo FC Porto associativo? É um que permite também aos sócios terem outro tipo de experiência e outra forma de relacionar-se com o FC Porto. Nós implementámos uma série de estratégias, não só o Portal do Sócio. A transformação digital estava atrasada muitos anos. A revenda de lugares anuais, as experiências no estádio, experiências únicas para os nossos sócios, como o 'lucky fans', sócios que são capazes de ser selecionados para pegar nas taças do FC Porto e deixá-las no museu. Presenças em treino. Temos tido uma atenção cada vez mais próxima ao detalhe, à importância dos sócios e acho que temos tido uma retribuição nesse sentido. Não só o investimento associativo, mas na forma como eles se relacionam connosco na compra de lugares anuais. Finalmente, agora o FC Porto tem uma lista de espera para lugares anuais, tem todos os seus camarotes vendidos, tem lista de espera nos camarotes também, portanto tudo isto faz parte de um crescimento, de um novo movimento associativo e uma forma nova de se relacionar com o seu público de coração."