Villas-Boas e uma supertaça ibérica: "Andamos todos às cabeçadas, mas ficou lá o bichinho"
Declarações do presidente do FC Porto no Portugal Football Summit, evento que decorre na Cidade do Futebol até sábado
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Encontrar formas de sustentabilidade: "Sim, é uma obrigação. Portanto, nós estamos num caminho de expansão da marca e de posicionamento internacional. Esse posicionamento internacional obriga também a uma nova faceta do FC Porto, um tipo de 'placement' no mercado internacional. Esse é um grande desafio. Provavelmente, essa expansão internacional terá de vir associada a outras coisas. Provavelmente, tocaremos mais à frente o que são as novas competições, os novos formatos. Se pensarmos em outras modalidades que não o futebol, nós temos vários tipos de diferentes competições que são jogadas noutras modalidades. Temos logo supertaças ibéricas, por exemplo, ligas transfronteiriças. Portanto, eu sou da opinião que o futebol caminha para esse sentido, provavelmente num espaço de 10 anos."
Supertaça ibérica e jogos fora do país: "Uma supertaça ibérica foi um desafio que lancei aqui ao Pedro Proença e aos outros grandes, portugueses e espanhóis. Portanto, é algo que quando eu tomei posse... agora andamos todos às cabeçadas, mas ficou lá o bichinho e a semente sobre a possibilidade de criação da supertaça ibérica, que foi muito bem acolhida pelo Real Madrid, pelo Atlético de Madrid, pelo Barça, pelo Sporting e também pela Federação Portuguesa de Futebol. Portanto, este caminho das novas competições, este desafio, este prevaricar com uma nova forma de 'brand placement' é fundamental e penso que o futebol caminha para isso. Nós, recentemente, vimos ou vamos ver um Milão a jogar na Austrália e vamos ver um Villarreal-Barça jogado em Miami. Portanto, será que o futebol português também pode aproveitar aqui uma janela de oportunidade, onde nós temos jogos que têm 1.500 espectadores? Um Casa Pia-Sporting, um Casa Pia-FC Porto, um Moreirense-FC Porto poderá ter no máximo 2.000, 3.000 espectadores. Ou a nossa comunidade imigrante espalhada pelo mundo, será que um jogo desta natureza não poderia ter um estádio cheio em Newark, em Genebra, em Paris, por exemplo? Portanto, tudo isto são desafios e, evidentemente, o presidente [da UEFA] Ceferin foi muito claro nas suas palavras, dizendo que esta foi uma exceção aberta anteriormente aprovada por diferentes federações e que ele não quer dar continuidade. Diz que as ligas devem ser jogadas nos seus países, mas a verdade é que o campo está aberto e cabe às federações aproveitarem estas oportunidades. E isto também são novos 'cash flows', novos 'revenue streams' e 'brand placement' junto dos emigrantes, que é fundamental. Portanto, são este tipo de desafios que são uma responsabilidade maior do futebol português, não só dos seus presidentes, dos presidentes dos três grandes, mas também do presidente da federação, do presidente da Liga, e é preciso partir pedra, é preciso criar Cimeiras de Presidentes que sejam realmente ricas em conteúdo, em discussão, precisamente como este summit é, onde lançamos desafios, lançamos prevaricações e depois podemos tomar conclusões."