Villas-Boas e as críticas à Academia no Olival: "Não somos pacóvios, sabemos observar..."
André Villas-Boas marcou na tarde deste sábado presença no auditório da Escola Secundária de Arouca, para mais uma ação de campanha, tendo respondido a questões de sócios e adeptos portistas. Eleições no FC Porto agendadas para 27 de abril
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Más línguas dizem que os terrenos apalavrados no Olival pertencem a reserva agrícola. Estão disponíveis para construção ou não?
“A outra candidatura tem optado por lançar uma série de mentiras cada vez mais frequentes. Podem estar aqui pessoas que apoiam outras candidaturas e eu respeito. Todos os que estão deste lado são traidores, as pessoas com quem me relaciono também... Essa candidatura tem-se dedicado à falsidade. Parte do nosso terreno tem reserva ecológica, mas essa parte está mais perto do Douro. Não são terrenos encravados, tem três frentes de rua. O presidente é facilmente desmentível e o vice da lista também. Não somos pacóvios, sabemos observar e os arquitetos sabem fazer interpretações de PDM corretamente. Para tranquilizar: se o terreno não tivesse capacidade construtiva, o FC Porto não é obrigado a comprar. O contrato de promessa compra e venda está comigo. Tivemos reunião com a GaiaUrb, que nos garante capacidade construtiva dos cinco campos, pavilhão, unidade de apoio e estamos contentes por não ter cancelado a apresentação a 2 de abril.”
"Não somos pacóvios"
Caso não vença as eleições, pode voltar a estar presente para ajudar o FC Porto?
"Sou sócio do FC Porto. Há dois cenários: o sócio, adepto André Villas-Boas não vai desaparecer. Eu sou doente, o meu lugar anual estará lá sempre. Fila 30, lugar 3, é o 33, idade com que ganhei a Liga Europa. O que disse no outro dia é que naturalmente o FC Porto, se esta candidatura não ganhar agora, o FC Porto pode mudar radicalmente até 2028. Por muito que o presidente queira, tem a sua idade e um dos medos que tenho é que a saúde não lhe permita continuar a operar o FC Porto como brilhantemente tem feito. E o futuro pode ser um vice-presidente eleito entre eles, que ganhe uma margem de respeito e mantivesse assim. Acho que não é justo. Há algumas decisões estruturais que estão a ser tomadas que me inquietam, nomeadamente com uma pessoa que potencialmente pode ser vice do FC Porto. Cheira tudo a interesses alheios e mais do mesmo. Avancei a pensar no futuro do clube. É um novo universo de desejo dos portistas e sinto capacidade para manter este clube como ele é. É difícil prever o que vai acontecer. Se se mantivesse esta presidência de Pinto da Costa até 2028, acho que será totalmente diferente. Não sei se as pessoas de agora ainda estarão disponíveis para mim nessa altura. São equações que teria de avaliar na altura. Tendo em conta a leitura atual, numa tentativa de sucessão direta, interesses alheios relacionados com o fundo que estão envolvidos na candidatura, é algo que me preocupa."
Os indecisos: "Hoje diziam-me que talvez ainda haja, numa eleição destas, um universo de 15% de indecisos. Eu acho que não. Acho que a maioria das pessoas já tomou a decisão, mas posso estar errado. Há duas candidaturas com muito peso e se for meu apoiante, se calhar já ninguém o convence a votar no outro lado e vice-versa. Há inclinações para votar em determinadas pessoas, eu vou falando com os sócios e exponho a visão para o FC Porto. O que acho é que o FC Porto está refém de outros interesses e perde valor por isso. Tem elevado dispêndio de receitas para satisfazer interesses alheios".