Nomes como os de Matheus Nunes e Jovane são os "negociáveis" para os dirigentes leoninos, além dos dispensados, com Sporar à cabeça. Objetivo passa por não mexer em mais do que um titular
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Os efeitos da pandemia ainda perduram no futebol, e no Sporting, em particular, os resultados negativos do terceiro trimestre nos 23,5 milhões de euros (M€) - colocando o cenário de os mesmos poderem atingir valores mais próximos dos 40 M€ do que dos 30 M€ no final do exercício, quando terminar o mês em curso - são um sinal da necessidade, pelo que, segundo O JOGO apurou, os dirigentes leoninos já assumem como certo que a venda de Nuno Mendes não será suficiente para equilibrar as contas da sociedade.
E tal deve-se a dois fatores. Por um lado, em Alvalade não são esperados os valores desejados pelo jogador, chegando mesmo a equacionar-se a possibilidade de este cumprir mais uma temporada no clube, colocando o Sporting entre a necessidade de vender e propostas aquém dos 60 M€ a 65 M€ pretendidos.
Por outro, mesmo que estes valores cheguem, o equilíbrio do plantel e os compromissos que têm de ser cumpridos, com pagamentos a fornecedores e o fim das moratórias, colocam as necessidades da SAD em verbas próximas dos 80 M€, de modo a atenuar as perdas do presente exercício, assim como contribuir para o regresso aos resultados positivos no próximo, em 2021/22.
Aí, já vão entrar também os proveitos decorrentes da Liga dos Campeões, para já na ordem dos 28 M€, mas que podem ter impulso com os resultados desportivos que sejam obtidos na prova, em que, por exemplo, cada triunfo representa 2,7 M€. Ora, perante estas necessidades, os responsáveis leoninos admitem a venda de mais elementos do plantel, mas não pretendem tocar em mais do que um elemento da equipa titular, daí que estejam a ser debatidas as saídas de jogadores como Matheus Nunes.
Abordagem por 20 M€ ficou aquém do desejado
Matheus Nunes tem sido um dos jogadores que mais atenção tem merecido fora de portas, concretamente de Inglaterra. Em janeiro, o Newcastle apresentou mesmo uma proposta de empréstimo com opção de compra obrigatória na ordem dos 10 M€, que foi recusada. Agora tem surgido o Everton como um dos principais interessados, ainda que o próprio treinador do clube não esteja à data escolhido.
Matheus Nunes há muito que é seguido pelos toffees, que, através de emissários, sugeriram o pagamento de uma verba a rondar os 20 M€ pelo jogador de 22 anos. Em Alvalade garante-se que não há ofertas formais pelo atleta, mas nestas situações a "oferta" chega sempre quando os números estão acertados para que seja aceite. Jovane Cabral é outro dos atletas que os leões pretendem vender, mas estão a pedir, no mínimo, 10 M€ e os potenciais interessados têm torcido o nariz a tal montante, considerado excessivo.
Dispensados pesam com Sporar à cabeça
Nestas alturas de mercado, e faltam pouco menos de dois meses e meio para o final do período de transferências, os dirigentes leoninos também procuram recuperar investimentos feitos em jogadores que não entram no lote de opções do técnico Rúben Amorim.
Entre os dispensados do técnico campeão nacional estão alguns atletas que já foram primeiras figuras no clube e, consequentemente, com peso na folha salarial. São os casos, por exemplo, de Renan, Battaglia, Diaby ou Sporar. O goleador internacional esloveno foi mesmo aquele que maior investimento representou, já no mandato de Frederico Varandas, tendo custado 6 M€ - além de mais 1 M€ que terá de ser pago no âmbito do objetivo cumprido de conquista do campeonato nacional. A SAD já recebeu abordagens pelo jogador, mas estas enquadram-se em pedidos de cedência ou transferência por um valor inferior pago ao Slovan Bratislava. O processo poderá se moroso e só definido em agosto, tal como outros.
Rodrigo Battaglia, por exemplo, esteve cedido por empréstimo com opção de compra de 5 M€ ao Alavés, mas o emblema espanhol, também limitado pelos efeitos da pandemia, só pode cumprir o desejo de manter o atleta mais um ano nas suas fileiras por empréstimo. O JOGO sabe que isso já foi pedido e manifestado, mas a SAD quer vender e enquanto não esgotar essas vias... não há pedido de cedência que vingue. A pandemia, que provocou a parca capacidade para a generalidade de os clubes investirem, vai ser um forte condicionante para a planificação leonina.