Líder leonino reduz expetivas e defende mudanças drásticas em Alvalade perante a pandemia da covid-19.
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Frederico Varandas, presidente do Sporting, deu conta, em entrevista ao canal 11, que vai forçosamente baixar o orçamento para o próximo ano, tanto na SAD como no clube, ainda que não se comprometa com metas, dada a incerteza dos efeitos da pandemia da covid-19. "Quanto é que vamos reduzir? É resposta que nenhum clube tem. É um desafio fazer um orçamento, não sabemos que receitas teremos. Como vamos ao mercado? Os orçamentos vão baixar, só não sabemos quanto. Se esta pandemia tem sido há um ano, o Sporting colapsava. Se não houver mercado de transferências um ano é uma coisa, mas se não normalizar em dois ou três anos vai ser muito complicado. Tínhamos um desequilíbrio financeiro muito acentuado, corrigimos. O que assusta é que vamos terminar uma época à porta fechada", disse.
O líder leonino esclareceu que as demissões de dois elementos da sua direção estavam a ser preparadas há dois meses, assim como deu conta das conversações com António Salvador sobre o caso Battaglia. "Estávamos preparados há dois meses. Filipe Osório e Rahim Ahamad deram muito ao clube, são empresários e não são remunerados, nunca ganharam um tostão no clube. É difícil conciliar a vida profissional com o clube. A meio de março eles alertaram o conselho diretivo para o problema. As empresas exigem a sua presença. Têm responsabilidades, administradores e sócios que exigem a presença deles. Tentaram aguentar durante dois meses. Sei o que lhes custa ter de sair. Prepararam a saída. Não preciso de mais ninguém no conselho diretivo. Battaglia? Expliquei a António Salvador a nossa posição. É discutível. Tivemos de pagar nova comissão e prémio de assinatura a Battaglia... Bruno Fernandes e William é igual. Compreendo a visão dos clubes, imagine que Bruno Fernandes tinha rescindido e ia para a Sampdoria, depois seria vendido ao Manchester United, iam pagar algo ao Sporting?", questionou.
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Frederico Varandas puxou ainda dos galões em termos financeiros, enaltecendo a consolidação financeira, sublinhando que "cumpriu tudo o que foi prometido". "Aumentámos o passivo por uma questão de sobrevivência. O Sporting podia ter entrado em incumprimento financeiro. Tínhamos um défice de tesouraria de 215 M€, à custa de antecipar receitas, acordos com Rui Patrício, William, Gelson e Podence, venda de ativos. Temos um passivo inferior a 2017", comparou.
Para Frederico Varandas, há 20 meses no cargo de presidente do Sporting, a I Liga "tem de reduzir urgentemente para 16 equipas" o número de participantes, como parte de um plano de futuro para o futebol português no qual este ganhará "competitividade".
Varandas mostrou-se a favor da centralização dos direitos televisivos, para a qual "o futebol português tem de se preparar", e confessou que não vê sentido na realização da Taça da Liga "com 34 jornadas" de campeonato, mas sim "se for reduzido o campeonato", pedindo ainda outras reformas para o desporto em Portugal.