VAR e árbitros em desacordo: "Mete esta imagem novamente. O braço está aberto, ó Miguel"
Conselho de Arbitragem da FPF esteve em direto na Sport TV a explicar algumas das decisões tomadas em partidas da I Liga e da Taça de Portugal.
Corpo do artigo
Uma vez mais, o Conselho de Arbitragem da FPF esteve em direto na Sport TV a explicar algumas das decisões tomadas pelas equipas de arbitragem em partidas da I Liga e da Taça de Portugal.
Um dos lances analisados disse respeito ao FC Porto-Vitória, da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. E, causa, o penálti assinalado sobre Francisco Conceição, decisão essa que o árbitro Artur Soares Dias tomou apenas depois de avisado pelo VAR, Fábio Melo.
VAR: "Artur [Soares Dias], podes interromper o jogo? Recomendo que venhas à zona de revisão para analisar um possível penálti. O atacante joga a bola e o guarda-redes entra em slide e derruba-o"
Árbitro: "Penálti claro. Sem cartão nenhum".
Dos nove lances analisados, nota para o facto de sete serem de penáltis, cinco deles não assinalados inicialmente pelo árbitro no campo.
Um desses lances, talvez o que gerou mais polémica, o golo anulado no Arouca-Boavista, por mão de Mujica. Fica a troca de opiniões entre o VAR, Miguel Nogueira, e o árbitro Carlos Macedo
VAR: Daqui VAR, eu recomendo que venhas à zona da revisão para analisares a falta que marcaste. Está bem?
Árbitro: Mas ele não jogou a bola com a mão?
VAR: Ele joga, mas não é ele que marca. Ele leva com a bola na mão, mas para mim a mão está numa posição completamente natural. Ele é surpreendido e a bola acaba por atingir o braço e sobra para outro jogador.
Árbitro: Vamos lá ver o que é que eu tenho de fazer aqui. Vamos lá ver. Ajuda-me aí, Miguel.
VAR: Ou seja, neste momento a bola...
Árbitro: A bola toca na mão.
VAR: A bola aqui toca-lhe na mão.
Árbitro: Sim
VAR: E depois, de seguida, quem vai marcar é o número 23. Não é ele. Ou seja, se fosse o jogador que joga a bola com a mão a marcar teríamos obviamente de invalidar.
Árbitro: Ou seja, é só se for ele, não é?
VAR: É. Como é o outro, para mim, não há infração de mão na bola. Antes de fecharmos a decisão deixa-me só validar a fase de ataque toda que não o fiz há bocadinho.
Árbitro: Então vê por favor. Ele joga a bola com a mão e o outro remata logo e é golo.
VAR: Certo, mas não é o mesmo jogador.
Árbitro: Mete esta imagem novamente. O braço está aberto, ó Miguel. Eu sei que ele não vê a bola.
VAR: Eu percebo a interpretação, Macedo. Para mim, ele é surpreendido e leva com a bola.
Árbitro: Ó Miguel... Vamos lá. Ok. Ou seja, é noutro jogador.
VAR: É outro jogador. Se for o mesmo jogador a marcar, claramente temos que anular, passa a ser factual.
Árbitro: E eu vou dizer o quê? Que isto é natural? Ajuda-me na comunicação.
Árbitro: É que toda a gente em campo quer... Olha eu vou manter a decisão.