Colombiano melhorou em quase todos os índices estatísticos em relação às épocas anteriores. Não só destrói como cria e mantém uma intensidade alta. Aí está a melhor versão do "cafetero". Rendimento do médio disparou, o que ajuda a explicar porque é indispensável para Conceição esta época
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Discreto, mas omnipresente e cada vez mais influente. Na maturidade dos 30 anos, Uribe é o "pulmão" do meio-campo do FC Porto e esta época está a exibir a sua melhor versão desde que chegou a Portugal.
Uribe tem apresentado melhores índices ao nível dos duelos defensivos e recuperações de bola, mas sobretudo na qualidade dos passes, incluindo aqui também os cruzamentos
Não são apenas as exibições que o dizem, os números corroboram e ajudam a perceber por que razão Sérgio Conceição roda todos os médios - o treinador já admitiu que é nesse setor que tem as maiores dores de cabeça na hora de escolher -, mas não mexe no colombiano. Uribe é o patrão da equipa, apresentando um rendimento esta época que é superior à média das anteriores no FC Porto em praticamente todos os dados estatísticos.
O episódio mais recente, contra o V. Guimarães, mostrou um Uribe a assistir o compatriota Luis Díaz para o 1-1, a recuperar a bola no lance que daria o 2-1 e a terminar a partida com o máximo de ações com bola (100) entre todos os utilizados. Atuando ao lado de Sérgio Oliveira como duplo pivot, Uribe é um pouco de tudo: médio defensivo, médio centro e a ligação entre todo o futebol portista. Tudo isto com intensidade, mas praticamente sem dar nas vistas. O colombiano prefere a eficácia e a inteligência em campo ao brilho, fruto de uma grande leitura de jogo, capacidade de luta e de choque. E até nisso tem vindo a melhorar, como se pode ver na infografia abaixo.
Se os valores dos duelos gerais e aéreos são quase idênticos em 21/22, em relação à média das épocas anteriores no Dragão, há uma evidente melhoria na eficácia dos duelos defensivos, mas também nas recuperações de bola e no menor número de perdas de posse. Uribe, porém, é uma espécie de novo "polvo" porque está em todo o lado e até a nível ofensivo tem melhorado o desempenho.
Os golos (1) e as assistências (2) são apenas o lado mais visível, mas há outros itens que merecem destaque: Uribe tem tido mais bola e qualidade dos seus passes. Sejam eles curtos, longos ou para o terço final do campo adversário, tem melhorado consideravelmente. Também por isso, o "cafetero" tem sido mais procurado pelos companheiros, a quem oferece linhas de passe. No fundo, Uribe tem estado mais em jogo, mesmo que não se note muito. O número de ações por partida também subiu à mesma medida do seu raio de ação.
Assim, não surpreende que Matheus Uribe seja o médio mais utilizado do FC Porto, por uma longa margem. Soma 1228 minutos - distribuídos por 16 encontros - quase tanto quanto o tempo que Sérgio Oliveira e Vitinha, em conjunto, estiveram em campo esta temporada.