Ministros que tutelam o Desporto nos estados-membros convocados para uma reunião na terça-feira onde se debaterá o pós-covid-19.
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Os ministros do Desporto dos estados-membros da União Europeia (UE), ou responsáveis que tutelem essa pasta nos respetivos países, foram chamados a debater na próxima terça-feira, por videoconferência, os planos em marcha para o sector.
Segundo o que está estipulado na agenda genérica dessa reunião, a que O JOGO teve acesso, a UE quer saber ao certo o que cada país alinhavou no sentido de atenuar o impacto da pandemia, que medidas podem ser articuladas a nível europeu no apoio reclamado pelas diferentes áreas desportivas e, nesse âmbito ainda, qual o contributo concreto que deve sair da UE para amparar os efeitos do rebuliço causado pelo furacão covid-19.
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Mas há mais. Numa altura em que alguns dos estados-membros começam a aliviar restrições adotadas para conter a propagação do vírus e que, por via disso, se intensifica o debate à volta de possíveis datas para um regresso das competições, entre as quais o futebol, a UE quer ter a certeza de que os responsáveis governativos têm nos planos traçados garantias de que a saúde pública não será posta em causa. Num dos pontos da agenda que servirá de guia à reflexão conjunta, a interrogação lançada a esse propósito vai direta ao assunto: "De que forma será possível que os atletas regressem aos treinos, e também que a atividade física seja permitida aos demais cidadãos, e ao mesmo tempo garantir que isso é seguro e não compromete as medidas para evitar os contágios por coronavírus?"
Tal como já aconteceu com outras áreas - saúde e finanças, por exemplo -, chegou a vez do desporto na agenda europeia
A intensa pressão para retomar as diversas competições que foram interrompidas, sobretudo o futebol, pelos largos milhões que estão envolvidos em múltiplos contratos, não pode chocar com as diretrizes determinadas pelas autoridades de saúde pública. A UE está consciente do alerta deixado por entidades do sector desportivo, que, entre outros perigos, sublinharam o risco de falências em massa pela quebra de contratos resultante da paragem prolongada, e é muito provável que os ministros do Desporto - ou responsáveis equivalentes, como, no caso português, o secretário de Estado João Paulo Rebelo - tenham recolhido junto dessas diversas entidades contributos para pôr em cima da mesa desta reflexão conjunta pedida pela UE, à semelhança de outras que foram feitas nos últimos dias em áreas diversas, como a saúde ou as finanças.
Se o encontro que está agendado para terça-feira for tão objetivo como estabelece o guia que lhe serve de orientação, a UE quer saber os passos principais que estão pensados ou devem ser tomados para um restabelecimento bem-sucedido das atividades desportivas interrompidas pela covid-19 e, chegando-se à frente na matéria, pretende também que os intervenientes dos diferentes países sugiram as prioridades que devem orientar a intervenção europeia nesse domínio.
Os temas que serão discutidos:
- Que medidas específicas já foram tomadas em cada país ou planeadas para apoiar o desporto?
- Que medidas horizontais e transversais a nível nacional e europeu podem ser adotadas para apoiar o desporto?
- Que garantias existem de um regresso seguro dos atletas aos treinos?
- Que precauções serão tomadas para que o regresso da atividade desportiva não ponha em risco a saúde pública?
- Que passos estão previstos em cada país para retomar as atividades desportivas interrompidas pelo vírus?
- Que prioridades devem orientar a intervenção europeia no auxílio ao sector desportivo?
- Que soluções defendem para que regresso do desporto não contribua para propagar o vírus?