Triunfo no Dragão "vale" o título: a visão de seis ex-Sporting sobre o clássico
Seis antigos atletas do clube deixam claro a O JOGO que o duelo de sábado pode arrumar com campeonato.
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Rúben Amorim tem feito de tudo para evitar deslumbramentos na luta pela conquista do campeonato que foge há 19 anos. O técnico leonino recusa favoritismos, mesmo tendo 10 pontos de vantagem sobre o segundo classificado à entrada da 21.ª jornada da Liga NOS.
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É nesta etapa do calendário que surge o rival mais próximo na classificação, o FC Porto, e O JOGO procurou perceber junto de quem andou dentro das quatro linhas enquanto jogador, vários anos com o leão ao peito, se este duelo, que amanhã será disputado no Estádio do Dragão, pode em caso de vitória ou empate dos leões arrumar definitivamente as contas do campeonato a favor dos verdes e brancos. Nélson, Pedrosa, Delfim, Tonel, Quim Berto e Carlos Xavier não são unânimes nas contas que fazem, mas a larga maioria inclina-se precisamente para uma conclusão: o campeonato fica arrumado se o Sporting sair vitorioso do Dragão e há mesmo quem diga que o empate, fruto da dinâmica de vitória apresentada pelos leões na presente temporada, chega para que tal desfecho seja alcançado, mesmo com 13 jornadas pela frente e 39 pontos em disputa.
O mais cauteloso é Carlos Xavier, histórico capitão de equipa com mais de uma década de serviços ao clube, que agarra na máquina de calcular para enaltecer que as contas "só se fazem no fim", mesmo vencendo no Dragão. "Já houve casos em que tivemos muitos pontos de vantagem e perdemos", atirou, acrescentando: "Já vi tanta coisa no futebol... há que ter cuidado com tudo!" Delfim, também ele médio que passou o século com as cores do clube está no ponto quase oposto. "Um resultado positivo traça de vez o rumo para a conquista do campeonato. Dez pontos, no mínimo, é algo difícil de recuperar", disse, dando força ao efeitos do triunfo ou mesmo de um empate. Já Pedrosa "não vê o Sporting" a perder tantos pontos de vantagem, tal como Tonel, olhando para "a dinâmica que tem apresentado". Quim Berto, esse, fala da "menor responsabilidade" leonina no jogo. "É ganhar ou ganhar para o FC Porto", atirou.
Já quanto às cautelas evidenciadas por Rúben Amorim, treinador do Sporting, sobre o favoritismo leonino na luta pela vitória, nem um triunfo deve mudar a postura, isto para a maioria
Desafiámos os nossos interlocutores a opinarem sobre o discurso do treinador do Sporting, concretamente sobre se este deverá manter a cautela sobre a conquista do campeonato, isto se sair do Porto com pontos. Aqui, todos acham que a "estratégia", como reforça Quim Berto, é para manter, ainda que o antigo lateral fuja um pouco à opinião dos restantes: "Com os pontos que tem de vantagem, se não for agora a assumir..." Carlos Xavier quer ver a mesma "serenidade" do treinador, enquanto Pedrosa diz que esta é uma forma de "transmitir cautela e evitar o relaxamento dos jogadores". Delfim olha para a "legitimidade" para assumir que "dificilmente perderá este campeonato", mas, sublinha, "sem vaidades".
Técnico quer seguir "sem pressão"
Sem pressão é o que Rúben Amorim tem defendido perante o favoritismo evidente para a conquista do campeonato, como deu conta após o triunfo frente ao Portimonense, no passado dia 20. "Nós passámos de uma equipa fraca contra o LASK, depois fomos crescendo, mas que era impossível chegar ao título, depois era difícil aguentar-se, depois tivemos uma crise e o Sporting ia cair. Percebo que os adeptos não nos perdoem se perdermos esta vantagem, mas isso é problema para o treinador. O Sporting vai ficar sempre a ganhar, o único que pode levar com esse problema é o treinador, por isso estamos preparados para isso. Se acontece em grandes clubes [perder pontos seguidos], também pode acontecer connosco. É bom saber isso, temos de ir jogo a jogo, sem pressão", sublinhou.