Internacional português tem contrato até julho de 2022, altura em que terá 34 anos, sendo um jogador apreciado pela postura e um dos elementos que está no lote de capitães de equipa.
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É de forma ponderada que o assunto está a ser tratado pela administração da SAD liderada por Frederico Varandas, mas a verdade é que, segundo O JOGO apurou, o processo de renovação de Luís Neto entrou num patamar de estagnação à medida que tem vindo a perder preponderância desportiva entre os comandados de Rúben Amorim.
E tal está diretamente ligado à ascensão de Gonçalo Inácio como solução imediata para o que o treinador pretende, com evidências claras nos últimos jogos, precisamente no posto daquele que é um dos capitães de equipa, mas também com aquela que está a ser a projeção leonina para a próxima temporada. Mas vamos por partes.
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Em abril último, o nosso jornal deu conta que a SAD estava a preparar-se para iniciar conversas com Neto para que este prolongasse o contrato por mais uma temporada, ele que tem vínculo laboral até 2022. Tal era resultado da influência do atleta no seio do grupo de trabalho, assim como aquele que era o entendimento então da estrutura do futebol quanto à necessidade de contar com a experiência de um internacional português que atinge os 33 anos a 26 de maio. Porém, a prioridade sempre foi a de avançar para negociações com elementos mais emergentes e prementes, como eram Luís Maximiano, Nuno Mendes ou mesmo Tiago Tomás, jovens valores que vinham dando indicações de constituírem apostas seguras por parte do técnico e da SAD, isto perante o assédio em alguns casos de que começavam a ser alvo, como foi o exemplo do lateral-esquerdo internacional sub-21 português. Neto foi ficando para trás, isto enquanto Eduardo Quaresma tinha minutos no final da época e Gonçalo Inácio perfilava-se com firmeza, sobretudo devido ao facto de ser canhoto, ser versátil e apresentar, de acordo com o técnico leonino, uma "boa saída de bola", no processo de construção. O internacional português não foi confrontado com o cenário de forma concreta e iniciou a temporada como um dos indiscutíveis, juntamente com o capitão Coates e o reforço Feddal.
Processo está em banho-maria perante a ascensão do jovem central e as necessidades que a próxima época pode impôr
Mas, paulatinamente, à medida que Eduardo Quaresma foi perdendo espaço competitivo, não apenas pelo covid-19, mas também por uma lesão, Gonçalo Inácio foi surpreendendo pela positiva no trabalho diário, atuando precisamente sobre a direita da defesa. Ora, a troca de Neto por Gonçalo Inácio no último encontro disputado em Barcelos, frente ao Gil Vicente, no passado dia 9, foi apenas uma consequência prática do que estava a ser trabalhado há muito na Academia. Gonçalo Inácio, depois de devidamente preparado, entrou para a direita, deu a solidez pretendida e o processo de construção foi de encontro ao desejado pelo técnico. E daí em diante o jovem de 19 anos tem solidificado a sua posição no onze.
Perante estes factos, foi entendido internamente ser necessário congelar um dossiê que a SAD admitia resolver nos últimos meses, até porque a próxima temporada poderá trazer uma nova reconfiguração das necessidades leoninas no que ao reduto defensivo diz respeito. Se Coates e Feddal surgem como intocáveis e Gonçalo Inácio é aposta emergente, questiona-se se fará sentido oferecer novo vínculo a um jogador apreciado pela postura profissional que terá 34 anos quando o seu contrato atual expirar. Essa, sabe o nosso jornal, é uma das questões em torno deste tema. Até porque, em Alvalade, sempre foi desejado para o setor recuado um atleta capaz de jogar tanto ao centro como descaído sobre a direita, mas os dirigentes leoninos, apesar de terem estudado todas as opções colocadas por agentes e departamento de scouting, entenderam não tapar os dois jovens que foram recentemente promovidos à equipa principal. Mas a forte possibilidade de atuar na Liga dos Campeões na próxima época levanta igualmente outro tipo de exigências a que a SAD está atenta. Luís Neto, recorde-se, aufere perto de 900 mil euros livres de impostos por temporada.