Avançado puxa dos três troféus para apontar o FC Porto como "a melhor equipa" e antecipa uma nova época de muitos sucessos
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Sem papas na língua e convicto de que o FC Porto continua no topo do futebol português, Toni Martínez atira-se aos críticos da temporada azul e branca em entrevista a O JOGO. Os três troféus nacionais atestam isso mesmo e, de olho em 2023/24, o espanhol promete "exigência máxima".
"Segunda volta de sonho" não chegou para compensar a perda de "pontos a mais" na primeira metade do campeonato, considera o espanhol, que já aponta a 2023/24. "O objetivo é ganhar sempre", garante.
"Estou muito feliz por aquilo que fiz nesta edição da Taça de Portugal. Mesmo não sendo português, tenho um carinho muito especial pela competição"
Depois de não terem conseguido vencer o campeonato, conquistar a Taça de Portugal era obrigatório?
-Não sei se era obrigatório, mas era algo que queríamos muito e foi especial. A nível pessoal, estou muito feliz por aquilo que fiz nesta edição da Taça de Portugal. Mesmo não sendo português, tenho um carinho muito especial pela competição. Ser o melhor marcador deixa-me muito feliz, porque houve muito trabalho por trás, momentos que não foram fáceis e jogos que, apesar de não parecerem, são muito difíceis, contra equipas de escalões inferiores. Lembro-me do jogo com o Anadia, por exemplo, que precisámos de resolver rapidamente. Quero deixar uma palavra a todos os jogadores que jogaram a final, porque é um dia espetacular. Tive a sorte de estar lá duas vezes e de ser feliz em ambas, mas é um percurso difícil.
"É fácil venderem a imagem de uma má época"
13: o número de golos do avançado em 2022/23. Ficou a um do máximo pessoal, alcançado no Famalicão em 2019/20
Mesmo sem o título de campeão, a época pode ser considerada positiva?
-É óbvio que sim. É muito fácil vender a imagem de uma má época, mas não é nada assim. Somos detentores de três dos quatro títulos nacionais. Quem achar que fizemos uma má época não percebe de futebol. Vencer o campeonato é muito difícil, o Benfica foi um rival muito forte, que acabou campeão e, se assim foi, foi porque foi melhor. Mas há outras competições, que foram todas para nós. Queríamos ganhar a I Liga, porque é o troféu da regularidade, mas conseguimos os outros três, também muito importantes.
"Perdemos pontos a mais na primeira volta. Não podemos relaxar nos jogos teoricamente mais fáceis"
Reduziram a desvantagem para o Benfica de 10 pontos para dois. Morrer na praia deixou uma sensação de injustiça?
-Perdemos pontos a mais na primeira volta. A segunda foi de sonho, se não me engano a melhor de sempre, e esse foi um espelho da época. Não podemos relaxar nos jogos teoricamente mais fáceis. Nos jogos grandes, contra Benfica, Sporting e Braga, o míster sublinha sempre que valem três pontos, tão importantes como os que disputamos contra o último classificado. Terminámos a dois pontos do primeiro lugar e se tivéssemos vencido o Gil Vicente em casa, por exemplo, seríamos campeões. Serviu de aprendizagem. Temos de entrar em todos os jogos no máximo, porque o futebol fica marcado pelos detalhes. O Benfica foi mais regular do que nós, quase chegámos lá, mas não conseguimos. Foi o único troféu nacional que falhámos.
"Quando se está no FC Porto, a exigência é máxima"
"Somos a melhor equipa, temos o melhor treinador, a melhor estrutura e não tenho dúvidas de que vamos ser muito felizes"
Os objetivos para a próxima temporada já estão traçados?
-O objetivo é ganhar sempre. Quando se está no FC Porto, a exigência é máxima e, quando estamos no nosso melhor, estamos mais perto de ganhar. Guardo esta frase, porque é a realidade. Estou no clube há três anos e isso ficou bem demonstrado. Somos a melhor equipa, temos o melhor treinador, a melhor estrutura e tenho a certeza de que vamos ser muito felizes.
"Não gosto de falar dos árbitros. Há ferramentas que os ajudam e só precisam de ser bem utilizadas"
"Tempo útil? Equipas têm um respeito especial"
Ao longo da época falou-se muito do tempo útil de jogo, das arbitragens... Sentiu que o FC Porto foi prejudicado em algum momento?
-Não gosto de falar dos árbitros. Há ferramentas que os ajudam e só precisam de ser bem utilizadas, de forma imparcial. Para lá disso, sabemos que somos os melhores. Mas vi uma estatística que mostrava que o FC Porto não estava em nenhum dos 20 jogos com mais tempo útil e li alguns comentários que transmitiam a ideia de que o problema era nosso. É o contrário. Esses dados dizem bem da nossa equipa, porque significa que as equipas têm um respeito especial por nós. Sabem que somos muito intensos, jogamos sempre no máximo e aproveitamos as de debilidades dos rivais. Os adversários contrariam isso com uma gestão diferente do tempo. Quem pensa que é culpa nossa, mostra que não sabe de futebol. Estamos obrigados a jogar rápido quando a bola sai, porque sabemos que em posse causamos muitos danos. Nunca tentamos atrasar o jogo e o facto de não aparecermos nesse ranking diz mais sobre os outros do que sobre nós.
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