Em entrevista a O JOGO, Siqueira admite que foi contactado pelo treinador do Sporting, mas a ligação sentimental ao Benfica acabou por falar mais alto. Reconhece também que levou "duras" do treinador
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Aos 31 anos, Siqueira recupera de uma prolongada lesão num tornozelo, mas vai avisando que dentro de dois a três meses estará de volta, porque ainda tem "muita lenha para queimar". O lateral-esquerdo jogou uma temporada no Benfica (2013/14), por empréstimo do Granada, e explica que foi um ano tão intenso, sob o comando de Jorge Jesus, que não se via a jogar noutro grande de Portugal.
Está a recuperar de uma lesão, quais são os seus planos a médio prazo?
Fui operado a um tornozelo no Porto, em setembro, por um médico holandês e continuo a minha recuperação. Dentro de dois a três meses estarei em condições de voltar a competir.
E já sabe onde é que vai jogar?
Quando os clubes souberem que eu estou bem, vão entrar em contacto comigo e depois decidirei qual a melhor opção para a minha carreira. Durante o tempo que estive parado houve muita gente a perguntar por mim, recebi propostas interessantes e tenho a certeza de que na próxima época estarei a jogar.
Regressar ao futebol brasileiro está fora de questão?
Não está fora de questão, mas o meu pensamento, a minha vontade, é continuar a jogar na Europa. Não fecho a porta ao Brasil, embora esteja em segundo plano, pois o meu desejo é jogar na Europa mais alguns anos.
Portugal continua no seu horizonte?
Todas as hipóteses estão em aberto, depois verei se vou para Portugal, Itália, Espanha, Inglaterra... Mais tarde irei analisar e ver qual a melhor opção para mim; se tiver de voltar a Portugal, voltarei.
Mas em Portugal só jogaria no Benfica ou estaria disponível para envergar a camisola de outro grande?
Seria muito complicado jogar noutro grande porque tive uma relação muito intensa com o Benfica, ganhei títulos no clube, criei laços fortes com a torcida. Tivemos um grande ano, seria difícil jogar noutro clube.
Chegou a falar-se no seu nome para reforçar o Sporting. Como foram esses contactos?
Houve uma ligação do míster Jesus há algum tempo, mas eu expliquei-lhe a minha situação, disse-lhe o que sentia; ele agradeceu e compreendeu. Foi apenas uma ligação, mas seria muito difícil aceitar ir para outro grande de Portugal. Tenho muito carinho pelo Jesus, reconheço que potenciou as minhas qualidades no ano em que estive no Benfica, mas, como disse, seria difícil ir para o Sporting.
E do FC Porto houve alguma aproximação?
Nada, nunca houve qualquer contacto com o FC Porto.
Elogiou muito Jorge Jesus, mas admite que nem sempre a vossa relação foi tranquila?
Só conhecendo-o... [risos] A minha primeira semana no Benfica foi uma maravilha, com muitos elogios do treinador. Na semana seguinte, puxa... [risos] começaram as chamadas de atenção, ao ponto de eu próprio me questionar se ele estava mesmo a gostar do que eu fazia. Mas é um treinador que gosta de estar muito próximo dos jogadores. Quando eu estava lesionado, ele aparecia, ia correr comigo e inteirava-se sobre o meu estado físico. Agora, é verdade, não posso esconder que levei algumas "duras" dele, faz parte das suas características. A intenção é sempre manter os jogadores focados.