Siqueira, em entrevista a O JOGO, diz que o Benfica está preparado para as seis finais que falta disputar no campeonato da I Liga
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O Benfica voltou a entrar na luta pelo título depois de um arranque aos soluços. Acha que é agora o principal candidato?
Digo sempre a mesma coisa: nunca duvidem do Benfica... Mas será uma luta muito grande até ao fim entre os três. O fator psicológico será muito importante nestas últimas rodadas. O Benfica está forte e mais perto do FC Porto, e o Sporting, com o Jorge Jesus, apesar de estar mais longe, não vai deixar barato para ninguém.
Qual dos três está em melhores condições para vencer esta batalha?
Psicologicamente, o Benfica está confiante: já sabe jogar este tipo de partidas. Isso pode jogar a favor da equipa. Acho que é a que está melhor preparada para esta etapa final. Sabe que não pode dar bobeira se quiser ser campeã.
Luisão é um jogador habituado a ser titular. Como está ele a gerir este longo período no banco de suplentes?
Tenho a certeza de que feliz não está. Mas conhece o seu papel dentro na equipa, no balneário. Ele, mais do que ninguém, quer ser campeão. Jogando ou não, vai continuar a ajudar.
Jogou em Itália, conhece bem aquele futebol: acha que Grimaldo tem condições para se afirmar num clube como o Nápoles?
-Tem uma margem de progressão muito grande, é um jovem com muito talento, um menino com projeção ofensiva. Não tenho dúvidas de que pode jogar no Nápoles. Além disso, é muito aplicado e gosta de se envolver no ataque, característica que as grandes equipas pretendem ver num lateral.
Qual o momento mais difícil vivido no seu percurso no Benfica?
Sem dúvida, a derrota na final da Liga Europa. Aliás, tenho um episódio curioso nessa partida: durante o jogo choquei com o Oblak e fiquei muito machucado; levei uma joelhada no ânus, tinha dores insuportáveis. Ao intervalo falei com o Jesus e disse-lhe que não estava a aguentar, mas isso não mudou nada. Ele disse-me apenas: "Siqueira, isto é a final da Liga Europa, um momento importante, tens de voltar para o campo!" Joguei a segunda parte cheio de dores, contorcia-me de sofrimento e voltei a pedir-lhe para sair, mas ouvi a mesma resposta: "Não te vou tirar, tens de aguentar." Depois, no prolongamento, lá acabei por sair. Mais tarde, já no balneário, quando saí do duche, o treinador viu que eu tinha um hematoma muito grande, tinha o glúteo todo negro, puxou-me e disse: "Puxa, Siqueira, não sabia que tinha sido assim tão forte..." A pancada e as dores eram tantas que fiz a viagem de regresso, de Turim para Lisboa, de joelhos no avião. Acreditem, não me conseguia sentar.