Diogo Amado jogou com Taremi durante época e meia, entre 2018 e 2019, no Al-Gharafa, do Catar.
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O triunfo do FC Porto em Guimarães (0-1) teve assinatura de Taremi, autor do único golo do encontro, resultante da conversão de uma das duas grandes penalidades que sofreu e que alargaram a conta pessoal do avançado dos dragões nesse capítulo.
Nesse sentido, O JOGO procurou perceber qual o segredo por trás do histórico de Mehdi na grande área, consultando um ex-companheiro de equipa do iraniano.
"É uma característica inata, faz parte dele. Sabe esperar pelo contacto e os adversários sentem dificuldade para evitar a falta, tem um timing perfeito na abordagem a esses lances, complica-lhes a vida", refere Diogo Amado ao nosso jornal. "Agora, os árbitros têm o auxílio do VAR, que confirma que as faltas existem. Por aí se vê, é um sinal de inteligência na área", acrescenta o médio português.
Amado, atualmente na U. Leiria, partilhou o balneário do Al-Gharafa (Catar) com Taremi, entre 2018 e 2019, e enaltece a movimentação do melhor marcador portista (19 golos). "Temos que dar mérito pelos movimentos que faz em momentos decisivos. Há quem não goste, mas é talento", prossegue, apontando o pedido de desculpa de Mehdi após o apito final no jogo de domingo - por ter falhado o segundo penálti - como exemplo da humildade que reconhece ao amigo. "É a imagem perfeita do Taremi. Independentemente de tudo o que faz num jogo, se houver uma coisa que correu mal, ele sente-se culpado. Isso mostra a pessoa humilde que é", assevera Diogo Amado.
Honestidade é outra das qualidades que o médio destaca no ex-colega. A esse propósito, recorda um episódio que lhe ficou gravado na memória. "Houve uma situação no Catar em que até foi demasiado sincero [risos]. Tínhamos vencido o jogo de qualificação para a Champions asiática e quando o presidente [do Al-Gharafa] revelou o valor do bónus que ia dar-nos, o Mehdi, dentro daquela timidez e sinceridade típica dele, levantou-se e disse que merecíamos o dobro! Sem faltar ao respeito, claro, mas surpreendeu-nos", relata Amado.
Ultimamente, os dois não têm trocado mensagens, mas Diogo Amado diz-se "muito feliz" por ver Taremi em alta no Dragão... por mérito próprio. "Quando o conheci era reservado, mas transformava-se dentro de campo. Demonstrava uma grande agressividade - no bom sentido -, queria a bola... Era de encher o olho. Evoluiu e vai mostrando a personalidade forte que tem. Se assim não fosse, não aguentava a pressão de estar num clube tão grande como o FC Porto", remata.