Sporting-Benfica: dérbi traz equipas com ideias semelhantes mas leão vence num aspeto
Verdes e brancos e encarnados têm ideias semelhantes nos processos defensivo e ofensivo, mas é o anfitrião, em Alvalade, que se pode gabar de maior solidez e maior verticalidade quando recupera a bola
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O Sporting-Benfica que esta segunda-feira engrandece a jornada 16 da Liga terá duas equipas com ideias de jogo semelhantes, mas que a defender têm tido sucessos diferentes.
Os líderes têm nove golos sofridos e é aí que forjam a segurança do topo da tabela, estando o Benfica com 15 sofridos, atrás de leões, de Paços de Ferreira (12), de V. Guimarães (13) e igualado com o Braga. O JOGO analisou os principais dados defensivos dos dois na Liga e o leão ganha de goleada. Com uma média de 0,6 golos sofridos por jogo, ou seja quase um cada dois jogos, o Sporting permite menos remates enquadrados com a baliza (7,4 contra 8,67), ganha mais carrinhos (46,6 contra 44,1%). Nas faltas, derrota o rival por pouco, mas mostra-se uma equipa mais prática a afastar a bola de zona perigosa, com 13,2 alívios contra 11,67 do Benfica.
Para se trancar a baliza é preciso reduzir a frequência com que os adversários lá chegam. O Sporting tem mais interceções (41,93 ante as 37,6 dos encarnados) e tem sabido valer-se dos posicionamentos. Ainda no capítulo defensivo, o Benfica supera o rival nos duelos ganhos e nos duelos aéreos ganhos (60,4% e 53,1% de eficácia frente aos 57,3% e 50,9% do Sporting). Esses números reforçam a ideia de que o Benfica tem mais sucesso nas disputas individuais, mas que está mais desposicionado, logo ajudando a ter a média de um golo sofrido por jogo.
Águias atacam acertado, mas perdem pragmatismo
O JOGO analisou os principais dados de desempenho também no ataque. E dos dez vetores, oito são favoráveis à águia, uma equipa que tem mais eficácia no cruzamento, no passe curto, no passe longo e até nos passes para o último terço, conseguindo neste uma média de 71,67 contra 56,27 por jogo, valores que mostram como os encarnados encostam rivais à área. Os 30 golos marcados, contra os 33 do Sporting, indicam que a produção ofensiva corresponde, estando as equipas quase em empate técnico de eficácia na hora de atirar à baliza (39,4% para o Sporting, 39,5% para o Benfica).
No entanto, ao Benfica tem sido apontada alguma falta de pragmatismo e os números do Sporting apresentam esse contraste. Os leões conseguem muito mais remates com menos ataques posicionais (26,1 % contra 18,2%) - encontrando assim caminhos para as redes com maior facilidade além de tomarem decisões mais acertadas - e são pró-ativos nos duelos ofensivos, tendo 43,3% contra os 39,5% do Benfica. Em contra-ataque, o Sporting é mais perigoso, com dez golos, mais três do que os encarnados. E de lances individuais já soma três tentos, ou seja 10% do pecúlio, com o Benfica ainda a zeros nesse contador. O leão, sólido a defender, é também mais vertical.
Alas preferem drible a cruzamentos
Amorim e Jesus pedem jogo interior e os jogadores dos corredores respeitam. No Sporting, Porro, Nuno Mendes, Nuno Santos e Pedro Gonçalves somam, juntos, uma média de 12 cruzamentos por jogo. No Benfica a média de Gilberto, Grimaldo, Rafa e Everton está nos 11. Nas águias, Rafa, com nove dribles, e Everton, com sete, ganham a Pote (4) e ao mais assertivo a acelerar à rede, Nuno Santos (2,5). O Sporting descomplica, mas o Benfica é que manda no ar: sete golos contra três.
Mútuo apetite pelo final
O Sporting e o Benfica têm habituado os fãs a golos nos últimos minutos de jogo. Dos 75" até ao final do encontro é quando as equipas são mais prolíficas: o leão soma 11 tentos e a águia sete, fruto de um poderio que costuma ser comum nas equipas grandes. Diga-se, porém, que também é habitual esperar bons arranques no que toca a golos marcados e também aí, entre o primeiro minuto e o 15.º, o Sporting é mais forte, tendo celebrado seis vezes contra as cinco do Benfica.
Os encarnados são, sim, mais fortes no regresso dos intervalos, conseguindo seis golos, todavia seguidos de perto pelo Sporting, que tem cinco entre os 46 e os 60 minutos. A distribuição dos golos por parte também está equilibrada: o Sporting, tendo 33 golos, marcou 14 no primeiro tempo e 19 no segundo. Também o Benfica, com 30 somados na Liga, tem a tendência de ser mais forte nas segundas metades, pois celebrou 13 tentos na primeira e 17 na segunda. Estes números revelam a aproximação entre os dois conjuntos, o equilíbrio dos mesmos ao longo do jogo e que o golo, esse, dá jeito a qualquer hora.