"Sou um avançado móvel, não valho só pelos golos, um pouco à imagem do Paulinho"
Para Didi, as duas últimas vitórias vieram baralhar as contas do grupo e reforçam a esperança. O Montalegre é último, a um ponto de Varzim e S. João de Ver, adversários que venceu pela margem mínima e, curiosamente, da mesma maneira, na sequência de lançamentos de linha lateral.
Corpo do artigo
O Montalegre entrou nesta fase de manutenção com uma derrota frente ao Fafe e, com apenas dois pontos conquistados, parecia destinado à descida. Contudo, diante de Varzim e S. João de Ver, a equipa venceu pela margem mínima e relançou as contas do grupo no que toca à permanência.
Didi, que foi o herói da última jornada, explica o segredo para esta mudança de mentalidade. "Foi um momento de inspiração da equipa. Já no jogo anterior, contra o Varzim, tínhamos feito um golo na sequência de um lançamento lateral. Pensámos que poderíamos fazer igual, e resultou. Houve um lançamento do Diogo Teixeira, o Massaia movimentou-se bem, deu um toque de cabeça para trás e eu finalizei", recordou o avançado, que chegou ao sexto golo esta época, em 24 jogos, admitindo que, apesar do último lugar, estar a um ponto de dois rivais deixa a salvação, que antes parecia miragem, ao alcance.
"Não entrámos bem nesta fase, estávamos um pouco nervosos, mas, depois, a equipa reagiu. O treinador [José Manuel Viage] ajudou-nos a tirar alguma pressão. Muita gente dizia que já éramos uma equipa abatida, mas a verdade é que estamos confiantes de que vamos dar tudo para nos mantermos nesta Liga 3", sublinhou Didi, que vê o grupo "como uma família."
"O coletivo é a nossa maior força. Quer entremos em campo ou fiquemos de fora, aqui ninguém fica chateado, e esse é um dos nossos pontos fortes", constatou, definindo-se como um avançado móvel, um pouco à imagem de Paulinho (Sporting).
"Gosto de pressionar alto, de abrir espaços em profundidade, de receber bolas nas costas, sou combativo e dou muito à equipa. Um pouco à imagem do Paulinho, por isso é que o Rúben Amorim o mete tantas vezes a jogar, não valho só pelos golos, mas sim pelos movimentos", finalizou o atacante, de 24 anos.
Ronaldinho e basquetebol na mira
Natural de Aveiro, Didi fez grande parte da formação no Beira-Mar, passou ainda por Braga, Académica, Condeixa, Vizela, entre outros, antes de chegar ao Montalegre. Esteve na subida dos vizelenses à I Liga e chegou a fazer a pré-época nesse escalão, mas seria emprestado à Sanjoanense, pelo que o avançado tem como um dos maiores sonhos estrear-se na I Liga. Com a matrícula congelada em Ciências do Desporto, o avançado também quer experimentar o basquetebol no final de carreira e olha para Ronaldinho como a maior inspiração. "Foi o jogador que cresci a ver jogar, sempre com um sorriso na cara, a desfrutar do que é o futebol."