Sónia Carneiro: "À saúde pública o que é da saúde pública, ao futebol o que é do futebol"

Sónia Carneiro, diretora executiva da Liga
Fábio Poço/Global Imagens
Sónia Carneiro, diretora executiva da Liga, falou à Sport TV antes do pontapé de saída da final four da Taça da Liga. A dirigente abordou a polémica que marcou as horas que antecederam o Sporting-FC Porto e o anúncio dos 17 casos de covid-19 no Benfica
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Benfica deixou ida a jogo nas mãos da Liga. Manhã e tarde com trabalho: "Tivemos um dia de muito trabalho, mas conseguimos, de alguma forma, superar as dificuldades. Não é a situação ideal, queríamos ter os melhores jogadores, as melhores equipas técnicas, todos totalmente aptos, mas estamos num ano especial, diferente. Ontem, o Covilhã foi para o banco com apenas dois suplentes; o Chaves fez um jogo sem elementos da sua equipa técnica. Todas as sociedades desportivas tiverem capacidade de sacrifício para levar o espetáculo até ao fim. Agradecemos às 34 que têm feito um esforço notável, em especial, hoje, às quatro que disputam a final four, três delas com provas europeias, que têm feito um grande esforço para que as competições não parem."
Organização difícil: "Com resiliência. Em causa estava mais do que a final four, mas também a I Liga, a Taça de Portugal - o futebol estava em causa. Foi um momento notável, de compromisso exemplar de todos. A partir de determinada altura, o futebol disse, e bem, que não se devia imiscuir em questões das autoridades de saúde pública e também o inverso aconteceu. Acordou-se: vamos dizer apenas que o A, o B e o C não podem ir a jogo, porque estão em isolamento ou em quarentena. A partir daí, da jornada 1, foi isso que aconteceu. À saúde pública o que é da saúde pública, ao futebol o que é do futebol. Havendo condições mínimas, não se para o futebol profissional. Há um compromisso equilibrado."
Sem parar: "Se pararmos o futebol, paramos o país. Desde setembro, temos quase 40 mil testes feitos, o que mostra que conseguimos cortar a possibilidade de transmissão. Não há nenhuma outra atividade que consiga controlar e conter os surtos como consegue o futebol, só que a sua notoriedade de um, dois ou três casos transforma tudo em alarmismos, quando noutras áreas há 60 e ninguém sabe. Não ignoramos o momento do país, mas é o alento que nós damos, viverem as emoções pelo ecrã."
