Nota de Joaquim Evangelista, presidente do organismo, á Comunicação Social
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O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, considera que há um "desastre à espera de acontecer" na SAD do Aves, referindo-se aos últimos acontecimentos no emblema da I Liga, nomeadamente a possibilidade de faltarem aos jogos do Benfica e Portimonense, das 33.ª e 34.ª jornadas.
"A situação da SAD do Aves era um desastre à espera de acontecer e exige uma reflexão sobre a eficácia dos mecanismos de controlo financeiro e a capacidade destes mesmos mecanismos para proteger a integridade da competição", estes últimos da responsabilidade da Liga e dos seus associados (todas as sociedades das competições profissionais).
Segundo Evangelista, "na situação atual da SAD do Aves, mais do que uma investigação de âmbito desportivo, é preciso ação policial. O que se tem passado é demasiado grave. Esta tem sido uma época penosa e ninguém pode associar a situação de pandemia ao descalabro na gestão desportiva e financeira, que fica cada vez mais evidente".
Para o dirigente, os jogadores do Aves "tiveram uma conduta irrepreensível", mesmo sabendo-se que, desde março se depararam "com uma situação de incumprimento reiterado".
Evangelista recorda que "a SAD do Aves chumbou no controlo salarial e o plantel de Sub-23, em particular, apresentava uma situação crítica, sem receber qualquer salário desde finais de 2019. A maior parte destes jovens, até para as necessidades básicas, estavam a passar dificuldades".
A esses foi dada resposta através do Fundo de Garantia Salarial, mecanismo que ficou também à disposição do plantel principal, referiu o presidente do sindicato na nota.
"Não aceito que neste momento se tentem desculpas de mau pagador. Não tenho dúvidas de que o organizador da competição tudo fará para resolver os problemas que impedem o plantel do Aves de competir. Também não duvido do compromisso de jogadores e equipa técnica. Já tenho as maiores dúvidas de que isto não se volte a repetir", insiste.
E conclui: "O escrutínio dos investidores das SAD em Portugal é anedótico. Temos urgentemente de rever este regime e relação jurídica entre clube e SAD, na certeza de que é preciso a ação da justiça desportiva e penal nos casos onde, objetivamente, é de infrações disciplinares graves e de crimes que estamos a falar".