"Apostámos na qualidade individual e acabámos por perder aí um bocado da nossa organização", admitiu Silas, treinador do Sporting, a propósito das alterações feitas na segunda parte, que deixaram a equipa a jogar "pior." Ficou uma lição: "Queremos resolver os problemas como equipa e não como individualidades."
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Silas não esteve na conferência de imprensa, após a derrota do Sporting em Alverca (2-0), esta noite, na terceira eliminatória da Taça de Portugal, por não ter habilitações para ser treinador principal, mas, falou aos jornalistas, na zona mista. A principal lição que tirou da eliminação precoce foi resumida em poucas palavras: "Nós não precisamos de heróis."
Falta de eficácia: "Não foi só eficácia. A eficácia foi importante, naturalmente, porque tivemos o dobro dos remates. Também é nossa obrigação, quando estamos a jogar com uma equipa duas categorias abaixo da nossa. Mesmo assim, 22 remates e não fazer nenhum golo não é muito normal, e aí entra a parte da eficácia. Depois, há outra parte não tem a ver com eficácia, mas com o facto de alguns jogadores não terem estado connosco durante a semana e não terem trabalhado o que nós trabalhámos. Curiosamente, na segunda parte, na minha opinião, jogámos pior do que na primeira, porque houve alguns posicionamentos que não foram cumpridos. Eu acho que pode acontecer por essa falta de treino. Nós, pura e simplesmente, não lhes pudemos dizer: olha, tu aqui, tu ali, tu ali... Não treinaram, porque estiveram nas suas seleções. É normal. Na primeira parte, estávamos a ter imensos cruzamentos, a chegar com muita gente e na segunda parte não jogámos também bem, permitimos algumas transições que na primeira parte não tinham acontecido. Agora, o que é que tiro disto? A primeira coisa que tiro é que nós não precisamos de heróis. Precisamos de construir uma equipa. Demora a construir, sei que demora e nós só estamos aqui há duas semanas. Mas, nós queremos resolver os problemas como equipa e não como individualidades. Esta é uma das nossas guerras, uma das nossas batalhas. Guerra, entre aspas, porque nós vamos conseguir. Vamos conseguir implementar isso, tenho a certeza absoluta. Vai demorar, vai custar trabalho, mas, nós vamos conseguir fazê-lo. A análise é essa. Acho que quisemos mudar, mas, não surtiu efeito, se calhar, por falta de trabalho de alguns movimentos e não houve tempo para alguns jogadores trabalharem. Nós apostámos na qualidade individual e acabámos por perder aí um bocado da nossa organização."