
Diogo Costa, Samu, Bednarek, Kiwior e Froholdt espreitam o Mundial'2026
AFP
Três têm passaporte e quatro vão disputar o play-off em março, podendo haver duelo entre colegas na final. Com um pouco de sorte à mistura no sorteio desta quinta-feira, o FC Porto pode ter, no verão, um contingente superior ao da edição de 2022. Reflexos da aposta em internacionais na reconstrução do plantel.
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Terminou a última data FIFA de 2025 e há sete jogadores do FC Porto com os olhos postos no Mundial do próximo ano, nos EUA, Canadá e México: três têm presença garantida e os outros quatro vão disputar o play-off, em março, representando um total de seis nações, quase todas ligadas à UEFA.
O primeiro a lá chegar...já lá estava. Stephen Eustáquio é um dos líderes da seleção do Canadá e tem o bilhete pelo segundo Mundial consecutivo, depois de os "canucks" terem terminado 36 anos de espera com o apuramento para a edição do Catar, em 2022. Diogo Costa, capitão dos dragões, é dono da baliza da Seleção Nacional, que carimbou o passaporte no domingo, precisamente no Dragão, enquanto a Espanha, de Samu, cumpriu a obrigação anteontem, diante da Turquia, que teve Deniz Gul a titular e a marcar. Só com uma entrada direta por grupo, na qualificação europeia, os turcos sabiam que dificilmente conseguiriam ficar à frente de uma das melhores seleções do mundo, pelo que partem para o play-off com otimismo e boas sensações. Bem mais dolorosa foi a etapa da Dinamarca, que passou a ter em Victor Froholdt um valor seguro, ao ponto de passar a ser gerido pelo treinador. O problema é que os nórdicos tiveram o pássaro na gaiola, mas um deslize com a Bielorrússia precipitou um jogo de tudo ou nada na Escócia, que sorriu à equipa da casa. Ainda assim, tanto Deniz Gul como Froholdt têm as respetivas seleções no pote 1 do sorteio que esta quinta-feira se realiza, pelo que nunca se poderão cruzar, nas "meias" ou na final. No jogo decisivo, podem, no entanto, cruzar-se com a muralha polaca, Jan Bednarek e Jakub Kiwior. O primeiro falhou esta última ronda, por estar lesionado, mas ambos são indiscutíveis na equipa de Jan Urban, segunda classificada atrás dos Países Baixos.
O único internacional que volta ao Porto verdadeiramente com más notícias foi Zaidu, uma vez que a Nigéria caiu perante a República Democrática do Congo - Chancel Mbemba marcou o penálti decisivo - e disse adeus ao apuramento.
Entre competência e uma "ajuda" do sorteio, se todos conseguirem dar o duplo passo que falta e se nenhum infortúnio surgir até ao verão, o FC Porto terá, do outro lado do Atlântico, um contingente superior ao que viu na última edição do Mundial. No Catar, estiveram Diogo Costa, Pepe e Otávio por Portugal, Eustáquio pelo Canadá, Grujic ao serviço da Sérvia e Taremi com a camisola do Irão. Trata-se, porventura, da maior montra de todas para qualquer jogador e, indiretamente, para os clubes.
O desgaste e o corte nas férias é o inevitável reverso da moeda, mas não ultrapassa os ganhos a vários níveis. Aliás, não foi por acaso que, na reconstrução do plantel que operou no verão, o FC Porto apostou em nomes com experiência internacional, caso dos polacos à cabeça, mas também Pablo Rosario e Luuk de Jong. O médio é capitão da República Dominicana e reconhecido como uma das grandes referências para o projeto que aponta ao Mundial de 2030, que será coorganizado por Portugal. Já o avançado, 35 anos, retirou-se da seleção neerlandesa em 2023, depois de ter participado em dois Europeus e um Mundial. Além do potencial de valorização de ativos, as grandes provas de seleções são plataformas por excelência de crescimento que o clube saúda.
Eustáquio noutra luta no clube e um trio a sonhar alto
Dos sete jogadores em causa, Eustáquio tem sido o menos utilizado, ao contrário do que acontece no Canadá, seleção da qual é um dos capitães, como aconteceu na madrugada de terça-feira, no triunfo por 2-0 no particular frente à Venezuela. No entanto, o jogador de 28 anos não terá a presença no Mundial em causa por essa menor regularidade no Dragão, sendo que a situação pode sempre alterar-se até lá. De resto, o FC Porto ainda tem outros jogadores "à porta" da Seleção Nacional, casos de Alberto Costa, Francisco Moura e Rodrigo Mora, embora Roberto Martínez já tenha mostrado ser pouco dado a mudanças no grupo habitual.
MISSÃO MUNDIAL
Diogo Costa, Portugal
Carimbou o apuramento por Portugal no Dragão e defenderá a baliza da Seleção Nacional no segundo Mundial da carreira, depois da estreia do Catar.
Bednarek, Polónia
Dispensado por lesão, é um dos capitães da Polónia e, por lá, dizem que "renasceu". Aos 20 anos, tentará, através do play-off, carimbar o terceiro Mundial, após a Rússia e o Catar.
Kiwior, Polónia
Parceiro de "Janek" no FC Porto, tem jogado pela seleção a lateral-esquerdo e a central numa linha de três. Fez todos os jogos na Polónia no Mundial"2022 e no Euro"2024.
Eustáquio, Canadá
O primeiro a garantir presença pelo facto de o Canadá ser um dos organizadores. É uma das figuras da geração que devolveu a seleção aos grandes palcos, após 36 anos de espera.
Froholdt, Dinamarca
Não demorou muito a ir de promessa a titular na seleção. Aos 19 anos, procura, em março, garantir a primeira presença na fase final de uma grande competição.
Samu, Espanha
Também já está com o apuramento resolvido. Não é titular por Espanha, mas tem toda a confiança do treinador, que quase de certeza o levará para o lado de lá do Atlântico.
Deniz Gul, Turquia
O outro elemento que estará no play-off. Estreou-se a marcar contra a Espanha e começa a dar passos cada vez mais promissores na seleção turca, aos 21 anos.

