Hélder Ferreira, colega de Eustáquio no Paços de Ferreira gaba qualidades intrínsecas do médio, que alimentaram a grande evolução no FC Porto
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O triunfo em Vizela passou muito pela inspiração de Stephen Eustáquio, efeito tranquilizante perto do intervalo com um golo de bandeira, fuzilando à entrada da área para o 0-2. O operário do onze de Sérgio Conceição, caçador de metros, vigilante constante de rivais, juntou mais um remate certeiro - e que fúria na definição - ao seu registo pelo FC Porto, atingindo a dezena de golos pelos dragões. Eustáquio confirmou as credenciais e a expressão popular andar de pé quente, marcando pelo segundo jogo consecutivo, depois de ter sido o homem que virou o duelo em Antuérpia. O nazareno, que acabou de completar 300 jogos como profissional, tem essa chama acesa de fazer replicar tremores. Das vezes que atirou a contar desde que joga a alto nível em Portugal, por cinco vezes ativou sequência de dois jogos a meter a bola no fundo das redes, a primeira delas em Paços de Ferreira em 2020/21, seguindo-se quatro momentos pelo FC Porto em 2022/23, concluídos com oito golos. A influência exercida na equipa chega, nesta fase, aos píncaros, cotando-se como unidade extremamente útil nos planos de Conceição, mais que tudo pela disponibilidade para correr quilómetros.
Entre Antuérpia e Vizela, o médio atingiu um registo interessante pela quinta vez na carreira em Portugal: faturar em dois jogos consecutivos. Quem o conhece destaca-lhe a capacidade de adaptação.
Depois de um golo na Bélgica dedicado ao futuro herdeiro (a), que já garantiu passagem para o comboio da vida, Eustáquio, ao colocar a bola no ângulo da baliza vizelense, brindou, de novo, a memória da mãe, Esmeralda, falecida praticamente há meio ano.
A marca goleadora de Eustáquio começou em Chaves, foi aprimorada em Paços de Ferreira e exponenciada no Dragão, por Sérgio Conceição. O extremo Hélder Ferreira, companheiro do médio na capital do móvel, agora a jogar pelos cipriotas do Anorthosis, compreende a maior vocação atual pelas balizas contrárias. “Ele já tinha muita chegada à área, fazia diversos golos nos treinos por essa facilidade de ser como box-to-box puro. Tem vindo a fazer esse papel cada vez melhor. Numa equipa grande, tornou-se mais fácil para ele marcar e destacar-se mais”, opina o antigo extremo de conquistadores e castores, que desenhou um golo de Eustáquio na vitória (3-2) do Paços sobre o FC Porto em 2020/21. “Foi um bom jogo, já conhecia os seus movimentos de aproximação à área e praticávamos um bom futebol. Ele era muito inteligente, tinha um certo estilo de equipa grande. Fez uma boa época, chegou onde chegou e está a fazer o que todos conseguem ver”, gaba Hélder Ferreira, identificando a franca evolução do médio com Conceição. “É um jogador que se adapta a qualquer circunstância e a qualquer treinador, porque está sempre disponível para aprender. O Sérgio ensinou-lhe muitas coisas e preparou-o para brilhar nos grandes palcos e até na Champions. Tem feito um ótimo trabalho, sempre focado a ajudar, mesmo tendo muita concorrência. Sai muito valorizado nessa combinação de qualidade e humildade”, conclui Hélder Ferreira.