Sérgio Conceição e a saída de Uribe: "Seja um mês ou uma hora e meia de contrato..."
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez a antevisão ao jogo em Arouca (segunda-feira, 21h15), relativo à 31.ª jornada da I Liga.
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Uribe vai sair em final de contrato, como aconteceu com outros jogadores nos últimos tempos: "Eles têm de ter qualidade, talento e vontade de se desafiarem e irem ao limite, que por vezes não sabemos onde é. É sermos uns eternos insatisfeitos no nosso trabalho diário e acharmos que o que conquistamos e conseguimos fazer hoje é pouco para a nossa capacidade, a nossa qualidade e para as pessoas que estão à nossa volta e nos ajudam. E eu faço questão de ajudar os atletas nesse sentido. Existem outros departamentos que também os ajudem, eles metem-se numa posição e estão dispostos a sofrer um bocadinho. A partir daí, a evolução é normal. Mas tem que ver com os atletas. Nós tentámos ajudar. Uns funcionam, outros não. Mas o Matheus [Uribe] é um profissionalão. Está comigo há quatro anos e a evolução dele foi fabuloso. Se tem mais um mês de contrato, um dia ou uma hora e meia antes de um jogo, mas trabalha bem, estrategicamente é importante para o nosso jogo, vai a jogo. Eles sabem disso. O mais importante é a equipa."
Falta de objetividade na procura da baliza: "Sim, sinto. É uma das situações que temos analisado e temos trabalhado. Isto da posse de bola, A forma como nós tentamos desmontar a organização defensiva do adversário pode ser feita de várias maneiras: de uma forma mais direta ou mais ligada, pode ser através dos corredores laterais ou do jogo interior... Depois, depende um bocadinho do nosso modelo tático. Depois disso, existem jogadores, com determinadas características, que estão dentro desse modelo. E, depois, a partir daí, defino como podemos chegar. Quem dá largura, quem metemos no corredor central para atrair e procurar a profundidade. O ano passado, em que tínhamos um jogo elogiado por toda a gente, chegávamos à baliza adversária de forma brilhante para algumas pessoas. Eu sou adepto de uma determinada forma, mas é o meu gosto. Mas percebo que tendo alguns jogadores com uma capacidade técnica acima da média, que poderíamos e deveríamos desmontar os adversários de uma determinada forma, e hoje ou quando começou ou há três anos era diferente. Mas isso é a tal capacidade dos treinadores, dependendo dos jogadores que temos à disposição, fazer uma coisa muito simples, porque o futebol é muito simples: é marcar e não sofrer. E como vamos marcar? E como nos vamos organizar defensivamente para não sofrer? O futebol é isto. Neste momento, tem-nos faltado ser um bocadinho mais incisivos no último terço, de mais agressividade. Mas não olhem para o Sérgio Conceição como muitos querem olhar. Agressividade não é de grito. É agressividade como se faz o movimento, como se vai para o duelo ofensivo, a forma como passamos o adversário, como rematamos à baliza, a forma como passamos, não é cruzamos, ao colega quando estamos no corredor lateral, para metermos na cara do golo... Enfim. A boa agressividade tem faltado ao FC Porto à entrada para o último terço, porque, até lá... Temos mais percentagem de posse de bola, mas também é nossa obrigação como equipa grande que somos. Depois, temos de materializar e fazer com que essa posse de bola resulte em ocasiões e golos. Ocasiões temos tido muitas ao longo da época, mesmo em jogos em que já pagámos por isso, como na Liga dos Campeões, com adversários fortíssimos, em que criámos muito, mas é preciso meter a bola lá dentro. Aí estávamos a ser agressivos e incisivos. Depois, não metíamos porque, se calhar, o gesto técnico não foi o melhor, a inspiração não era máxima. Havia muita transpiração e, se calhar, faltou frescura para se meter a bola lá dentro. De forma direta: é verdade."