Um triunfo hoje carimba a melhor segunda volta de sempre do FC Porto. Problema esteve num arranque intermitente; Bater o V. Guimarães é obrigatório para os dragões, que tiveram uma recuperação assinalável depois de encontrada a tão almejada consistência e "esperteza", como Sérgio Conceição explicou.
Corpo do artigo
Consistência foi um tema abordado várias vezes ao longo da época por Sérgio Conceição e é um termo que ganha relevância quando o seguinte dado entra em cena. Se o FC Porto vencer este sábado o V. Guimarães, carimba a melhor segunda volta desde que a vitória vale três pontos (1995/96), com 46 pontos - a melhor do Benfica foram 49 (2018/19) e a do Sporting 42 (2015/16 e 2022/23).
Entre a visita ao Marítimo e o encontro em casa do Famalicão, a equipa de Sérgio Conceição perdeu apenas cinco pontos: três na derrota (2-1) com o Gil Vicente, no Dragão, e dois no empate (0-0) em casa do Braga. Mas mesmo um triunfo hoje pode não chegar para a revalidação do título dos azuis e brancos, que desperdiçaram 12 pontos nas primeiras 17 jornadas. "Esta segunda volta está a ser ainda melhor do que aquela em que tivemos o recorde de pontos, que foram 91. É verdade que no início foi mais difícil, mas isso faz parte do percurso e da evolução das equipas. Se me custou um ou outro jogo? Sim. Umas vezes, devo dizê-lo, porque é o que sinto, por culpa própria, outras por culpa de terceiros. Esta é a grande realidade. Há algumas coincidências pelo meio, mas não queria entrar muito por aí", vincou, ontem, Conceição, admitindo encontros em que a equipa "esteve bem posicionada para ganhar ou, no mínimo, empatar".
A derrota contundente (3-1) com o Rio Ave, à quarta jornada, e o empate (1-1) com o Santa Clara, menos de 72 horas depois de golear (4-0) o Brugge na Champions, foram alguns dos percalços mais atípicos dos dragões, antes de uma segunda volta que teve visitas a seis dos sete adversários dentro do top-8 do campeonato. No entanto, Sérgio disse que "todos os jogos" em que perdeu pontos "ao longo destes anos ficam na cabeça" e deram que fazer. "Sentimos muito a perda de pontos, acabando por trabalhar dentro desses erros para evoluir o jogador e a equipa também. Iniciámos de uma forma não muito consistente, até que chegámos a um ponto em que sinto que somos mais maduros e temos mais esperteza e maturidade no jogo. Percebemos o que ele necessita, se precisamos de baixar a intensidade com bola, porque sem ela fica mais difícil e os adversários aproveitam um ou outro momento. Isso é fruto da evolução e a equipa ficou mais consistente", analisou Conceição. O técnico, sublinhe-se, já tem as duas melhores segundas voltas, com sete pontos perdidos na época passada e oito em 2017/18. Aí, porém, conseguiu o mais importante: ser campeão.