Guarda-redes tenta despedir-se da época com o recorde de jogos sem sofrer golos numa edição da Liga. A Taça será para Cláudio Ramos; O "99" tem tantas jornadas em branco (15) como na última edição da Liga. Qualidades geram cobiça e elogios. "Tem provado incrível metamorfose", nota Ricardo Pereira, do Independiente del Valle.
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O adeus de Diogo Costa tem dia (hoje) e hora (20h00) marcados. Se será apenas desta época ou o definitivo do FC Porto só no defeso se perceberá, mas é certo que o encontro com o V. Guimarães é o último das provas (Liga e Liga dos Campeões) que lhe foram confiadas por Sérgio Conceição em 2022/23. Uma temporada marcada pela evolução pessoal, certificada pelo número de jogos sem sofrer golos. Os 19 atuais são já a melhor marca pessoal no total das competições, mas apenas 15 dizem respeito ao campeonato, tantos quantos, diga-se, contabilizou na última edição. Por isso, nova folha em branco com os vitorianos significaria também um recorde na liga do guarda-redes, que saltou para o bloco de notas de alguns tubarões europeus com as exibições realizadas pelos azuis e brancos, mas também pela Seleção Nacional.
O reconhecimento do desenvolvimento de Diogo chega também do Equador, onde Ricardo Pereira, treinador de guarda-redes do Independiente del Valle, nota que o guardião tem tido "uma incrível metamorfose, adequada ao que lhe pedem no FC Porto e na Seleção". "A capacidade, o talento, a técnica, a coragem e a inteligência tática estão todas lá, em alguém que ainda é um menino e tem que ser cuidado e acarinhado...", evidencia, ressalvando progressos por consumar. "Não joga ainda tudo o que a sua capacidade lhe permite. Porque a experiência e os contextos o vão ensinar a decidir ainda melhor quando é que a equipa precisa da sua precisão de passe longo e quando deve reter a bola e depois eliminar uma, duas ou três linhas de pressão", completa.
Os elogios de Pereira a Diogo Costa alargam-se ao arcaboiço psicológico revelado no pós-Catar, onde cometeu um erro comprometedor com Marrocos. "Tem uma capacidade incrível para proteger espaços nas costas, pelo chão e pelo ar, mas a "crueldade das pancadas do último Mundial" fizeram-no ser menos bombeiro e proteger-se um pouquinho mais", sublinha, identificando comportamentos do portista e a sua fria leitura dos factos. "Sofreu pela frustração ou ilusão que alguns tinham de que íamos ser campeões, daquela máxima que diz que "o futebol é um jogo coletivo... até ao momento em que o guarda-redes erra"", ironiza o técnico de guarda-redes, taxativo sobre o futuro do "99" portista. "Vejo no Diogo uma margem de progressão incrível! O seu crescimento, à semelhança do Cristiano [Ronaldo] quando saiu para Inglaterra, ou do João Félix, estará muito relacionado com os contextos que vier a escolher para a sua carreira. Espero que a escolha desportiva seja a mais adequada ao seu perfil", finaliza.