"Secretário de Estado? Se calhar ainda nem sabe que o FC Porto se apurou em Turim"
ENTREVISTA PARTE 3 - Líder portista recorda que condolências por Quintana chegaram dias depois. Mas acharia hipocrisia outra atitude por parte de quem "destrói os clubes". Mensagem de Bispo e dos irmãos valorizadas
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Passa da centena o número de mensagens recebidas pelo líder portista no final do jogo. A do Governo nunca chegou. Sem surpresa, porque de acordo com o presidente portista, até seria uma hipocrisia.
Pinto da Costa não recebeu qualquer mensagem oficial do Governo. Mas não estranhou...
"Não fiquei espantado. Recebi mensagem do deputado do PS, Tiago Barbosa Ribeiro, que também mandou com grande emoção e satisfação. Em termos governamentais ou responsáveis pelo desporto, nomeadamente do Secretário do Estado da juventude e desporto, não recebi nada. Mas é normal. Ele está preocupado é com o negócio da centralização dos direitos televisivos. Se calhar ainda nem sabe que o FC Porto se apurou em Turim, ou se calhar vai saber mais tarde, da mesma forma que só soube do falecimento do nosso grande Alfredo Quintana quatro ou cinco dias depois, quando mandou uma carta formal de sentimentos ao FC Porto, depois de na véspera ter sido criticado num programa televisivo por não ter aparecido ninguém no funeral, nem mandado qualquer cumprimento", apontou.
"Estão na linha direta dos seus comportamentos normais e obviamente naquilo que tem sido a política do Governo de total destruição dos clubes, não só com as sobrecargas fantásticas, exageradas e únicas em toda a Europa de encargos de impostos sobre o futebol, não só no alheamento a qualquer ajuda ao futebol, mas também na proibição de haver público. Está tudo encaminhado para que os clubes se vão asfixiando. Quem ignora e prejudica os clubes desta maneira, não tem nada que dar os parabéns. Mais, até acho que não devem mandar, porque seria um ato de hipocrisia", acusou.
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Pelo lado positivo, Pinto da Costa sublinha uma mensagem que chegou "até de forma extemporânea", de um amigo que muito estima. Felizmente para o FC Porto, o apuramento consumou-se. "Recebi dezenas de mensagens desde que o jogo terminou até entrar no avião. Mais de uma centena, aliás. Registei todas e a todas procurei responder imediatamente. Umas senti que eram aquele "proform" natural que se manda a todos os clubes, mas houve muitas que me sensibilizaram imenso. Queria destacar uma, não só por ser de quem é, mas pelo significado que tem, e ele sabe que eu compreendo isso. Quando o jogo ainda estava a terminar e Sérgio Oliveira marcou o segundo golo, que para todos tinha resolvido o assunto e felizmente veio confirmar-se apesar do terceiro golo da Juve, a primeira mensagem que recebi foi do D. Américo Aguiar [bispo auxiliar em Lisboa], feliz, entusiasmado mesmo. Senti que ele sabia que eu estava a receber aquela mensagem como sendo ao mesmo tempo do D. António [antigo bispo do Porto] que, no céu, também estava a partilhar da nossa felicidade", destacou.
"E recebi muitas de gente ligada do passado e alguns até do presente, a grandes clubes, que não vou revelar, porque mandaram-me como amigos e não quero que amanhã sejam mal interpretados, porque há sempre gente maldosa. Quando há gente que consegue dizer que a Juventus não joga nada, nada, nada, tudo é possível de ser criticado. Recebi imensas, muitas pessoais, recebi dos meus irmãos, mesmo do meu irmão José Eduardo que está a recuperar, felizmente bem, de um problema de saúde, que mal o jogo terminou também mandou mensagem emocionada a dar os parabéns. Em termos de organismos oficiais não recebi nenhuma, mas isso é normal, habitual", atirou, já depois de ter explicado por que não estranhou.
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