Nando é um dos homens da Sanjoanense que cumpriu todos os jogos da melhor série de invencibilidade da Liga 3. Sem derrotas na prova há oito meses
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Sem perder há 15 jogos na Liga 3, contabilizando a última época e já as sete jornadas de 2025/26, a Sanjoanense já igualou um recorde que pertencia ao Vilaverdense, remontando a 22/23. Num registo de oito vitórias e sete empates, a equipa dirigida pelo argentino Juan Cruz sofre com os empates na época em curso, ocupando o terceiro lugar na Série A da Liga 3. Porém, a liderança tem dado frutos ao longo deste tempo com uma garra sul-americana a destacar-se em cada campo. O central Nando, formado no Valonguense, intocável no onze nesta tremenda sequência, valoriza a caminhada.
"A nossa solidez vem da união que o grupo construiu, algo que começou a ganhar força nas dificuldades da época passada. Mantivemos uma boa base de atletas e foram integrados muito bem os outros. Há um espírito de equipa muito forte", salienta o jovem defesa, de 23 anos, enfatizando as ambições exigentes. "Isso nota-se em campo, todos acreditam no objetivo de terminar esta fase nos primeiros quatro classificados", atira, sugerindo discussão pela subida, e uma coesão inabalável para grandes feitos. "O segredo está no trabalho diário, indo aos limites das nossas capacidades em cada treino. E isso aplica-se aos jogos. O mister é muito exigente, motiva-nos a sermos igualmente exigente com nós próprios. Isso tem-nos levado a alcançar a melhor versão", evidencia Nando, debitando o entendimento das ferramentas trazidas pelo homem das pampas, definidoras de um estilo.
"Nota-se a influência da escola argentina, ele valoriza muito a parte física, a entrega e intensidade. Pede-nos para disputar cada bola como se fosse a última, não dando lances como perdidos. O crescimento vem muito de sermos fiéis a essa imagem", confessa, saboreando um mar de realizações. "Alcançar esta invencibilidade é um feito que muito nos orgulha. Cada jogo é encarado com um grande sentido de responsabilidade porque estamos plenamente conscientes da competitividade da Liga 3. Os bons resultados trazem uma pressão positiva, nada é garantido, é preciso continuar a trabalhar com a mesma seriedade e ambição", avisa o defesa, ciente de "há muito por conquistar, crescer como equipa e consolidar identidade do jogo."
Boxers, o amuleto da sorte
A lei do empate, penalizadora esta temporada, também é minimizada. "A ideia é sempre lutar pelos três pontos, mas não podemos descurar a importância de um ponto quando é conseguido. Ajuda a construir o caminho, embora tendo a sensação muitas vezes que podíamos ter obtido algo mais. O mais relevante é estarmos com um registo prolongado e positivo", acrescenta, lendo a durabilidade deste êxito. "Passaram quase oito meses desde a última derrota e já vamos para dois meses de época. Vamos ser mais vitoriosos", afiança Nando, que também vive com fé e humor este período. "Uso sempre os mesmos boxers em todos os jogos. Eles ainda não conheceram o sabor da derrota. Já se tornaram o meu amuleto da sorte." A receção ao Varzim coloca ao Varzim também esta superstição.