Excertos da entrevista de Nuno Valente ao programa "Hora dos Craques", apresentado por Maniche e Miguel Marques Monteiro, no Porto Canal
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Quem cruzava melhor?: "O Paulinho [Paulo Ferreira] era mais ofensivo eu era mais de equilibrar. Não ia tantas vezes à frente, eram mais eficazes. Na altura, havia sempre a preocupação de um dos laterais subir e o Paulo é que subia mais porque tinha essas características, e eu equilibrava, ficando três atrás mais o trinco."
Grupo construído à mesa: "Sabes onde começou? No primeiro ano, o estágio foi em Saint-Etiénne e depois tivemos um jantar em Paris que foi uma coisa absurda. Sentimos aí que o grupo era fantástico, começámos a ter química entre nós com as palhaçadas e percebemos que íamos ter um grupo muito forte.
A Taça UEFA: "Quando ganhámos a Taça UEFA não se venderam muitos jogadores se calhar já sabendo que poderíamos dar cartas no futuro. Muitos tinham mercado e não saíram. A direção não teve a tentação de vender.
A chegada ao FC Porto: "Acabou a época no Leiria, havia o Mundial em 2002, e o Mourinho falou connosco [ele e Derlei] e disse que íamos estar duas a três semanas a treinar no FC Porto e quero que vocês se ambientem ao clube. Chego ao balneário e vou ter com o Moreno [roupeiro], ele entrega-me a roupa e aponta par ao meu cacifo. Cheguei cedinho, visto-me e começam a vir o Secretário, os mais velhos, e quem se senta ao meu lado? Paulinho Santos. 'Então, miúdo, que estás aqui a fazer?' E eu, 'calma, Paulinho'. E pergunta-me ele: 'quanto é que vens para aqui ganhar?'. Isto logo no primeiro dia. Depois, a relação com todos foi espetacular.
Sobre empresários e gente, como pais, que gravita à volta dos jogadores: "Se sei que vou ter mercado e que há comissões a envolver a transferência, porque não vou ajudar a minha família em vez de dar a outros?"
Os estágios: "Sandes de panado e cerveja no quarto para a ceia nos estágios. Tinha de ser. Dava tempo para recuperar porque só jogávamos no dia seguinte à noite. Era superstição."