Samuel Lino muitas vezes o "melhor em campo": "Menino bonito da equipa? Bonito não sou..."
Depois de na época passada ter começado como homem mais avançado do ataque, Ricardo Soares decidiu desviar Samuel Lino para a ala esquerda, mudança que se revelou um sucesso no número de golos marcados.
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A jogar na ala é que Samuel Lino se sente bem. Ali tem espaço para as jogadas de um contra um de que tanto gosta, podendo driblar e fletir para o meio do terreno. A posição de ponta-de-lança que ocupou na época passada foi apenas para suprir a falta de um jogador com essas características no plantel. Marcar golos está sempre no pensamento do jovem brasileiro, que elege o golo ao Portimonense como o mais bonito que apontou com a camisola do Gil Vicente.
Tem jogado a ponta de lança e a extremo esquerdo. Jogar da ala para o centro favorece mais as suas características, como defende o treinador?
-Sempre fui extremo. Na época passada tivemos uma dificuldade, porque não tínhamos ponta-de-lança, então fui fazer essa função, mas a minha preferência é jogar a extremo, porque é a posição onde gosto mais de atuar. Tenho mais espaço para fazer as jogadas, os dribles. Sim, acredito que esta posição de extremo é a melhor para as minhas características.
Esta forma de jogar de Ricardo Soares, ofensiva e de posse, também o favorece?
-Sim, este estilo é muito bom para quem é extremo, porque temos sempre espaço para receber a bola, conseguimos muitas situações de um contra um, que é daquelas coisas que um extremo gosta sempre. Temos um plano tático muito bom, muito forte.
Qual foi o seu momento mais alto ao serviço do Gil Vicente?
-Não sei, mas ainda pode vir a acontecer até ao final da temporada.
E o melhor golo que marcou?
-Foi contra o Portimonense. Aquela arrancada desde o meio-campo em que fiz o 1-0, em Portimão. Foi um golo à Samuel Lino e resultou numa dupla satisfação porque também contribuiu para a vitória contra um adversário direto, que é sempre o mais importante. O coletivo é sempre mais importante.
"Eu e o Fran temos uma boa relação"
Tem sido o jogador mais vezes eleito "melhor em campo" pelos adeptos. É o menino bonito da equipa?
-[rindo] Bonito não sou... Em termos de futebol fico feliz pelo reconhecimento das pessoas e agradeço-lhes muito por nos estarem sempre a apoiar.
Como é a sua relação com o Fran Navarro? Estão numa disputa taco a taco como goleadores da equipa...
-Temos uma relação muito boa. Nessa questão de estarmos taco a taco, tento sempre deixá-lo na frente para fazer golo. Infelizmente, acho que só fiz uma assistência para o Fran, com o Estoril. O próprio míster pede-me para lhe fazer os passes, porque ele está sempre em movimento.
O que disseram um ao outro depois daquele lance contra o Sporting em que foram os dois à bola, e, de baliza aberta, não acertaram na bola?
-Foi um lance em que olhámos um para o outro e dissemos: "Meu deus, como não pegámos esta bola?". Estávamos tão perto do golo...
CURIOSIDADES
Grato aos pais por tudo o que fizeram
Recordando as suas raízes, Samuel Lino não esqueceu o berço, destacando tudo aquilo que os pais lhe deram. Falando de uma mãe "guerreira", com quem viveu após a separação dos progenitores, destacou "os dois trabalhos" que ela tinha, de manhã à noite, para que nada lhe faltasse. O pai, motorista, foi também "um grande trabalhador", destacou.
Juan é um amigo para a vida
Juan, médio colombiano, que saiu do Gil na época passada, foi o colega com quem Samuel Lino partilhou casa durante um ano: "Estávamos sempre juntos, entretanto, por infelicidade, ele saiu e a partir daí arranjei um lugar para morar sozinho".
Agora come bem
Chegou a Portugal aos 19 anos e sentiu muito a falta da família, mas também da comida. "Aqui a cultura é diferente, tem muito peixe", acrescentando que no Brasil "a variedade de carnes é grande". Com a chegada de Ricardo Soares, Samu mudou os hábitos: "O míster disse que eu tinha de comer bem e foi isso que passei a fazer."