Frederico Varandas tem plano de investimento na equipa definido, mas está preso pela indefinição do mercado.
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Disponibilizar uma verba próxima dos 50 milhões de euros para investir na equipa profissional de futebol é, segundo O JOGO apurou, o objetivo do elenco diretivo liderado por Frederico Varandas.
Aliás, esse desiderato vai ao encontro da ideia dos responsáveis leoninos de dotar o plantel versão 2020/21 de atletas de maior experiência e com provas dadas em termos de performance desportiva, correspondendo às ambições do novo técnico, Rúben Amorim.
Isto numa época em que Portugal passa a ter mais uma vaga de acesso à Liga dos Campeões - os dois primeiros classificados entram na fase de grupos da prova em 2021/22, enquanto o terceiro da Liga terá de disputar um play-off de apuramento -, vital no que ao desejado aumento de receitas diz respeito.
Muitos podem questionar-se de que forma os dirigentes leoninos procuram arranjar fundos de tal monta, mas a verdade é que o plano está delineado e conta, naturalmente, com o impulso substantivo que a venda de Bruno Fernandes deu. O encaixe líquido da mesma para a SAD, até ver e olhando apenas para a componente fixa de 55 M€, foi de 30,4 M€, dos quais os leões retiveram grande fatia, a rondar os 20 M€, que vão crescer com a transferência a consumar de Matheus Pereira a título definitivo para o West Bromwich Albion por 10 M€ - exercendo os ingleses a cláusula de opção de compra estipulada aquando da cedência por empréstimo.
No entanto, as contas não se ficam por aqui e envolvem atletas do atual plantel que a SAD, naturalmente, pretende colocar, recuperando os investimentos e, se possível, aumentando o rendimento face ao custo dos mesmos. São os casos de atletas como Marcos Acuña, por quem os leões pretendem valores entre 15 M€ e 20 M€, ou Coates, também visto como transferível entre 10 M€ e 15 M€. Depois, deixando de lado os indiscutíveis, os leões olham para Renan (1 M€), Rosier (5,3 M€), Borja (3,6 M€) ou Doumbia (4,4 M€) como homens a colocar. Estes quatro atletas representaram um investimento global na ordem dos 14,3 M€ e os dirigentes do emblema de Alvalade pretendem o necessário retorno do investido.
Há, contudo, neste objetivo e contas, fatores imponderáveis que podem modificar o idealizado, nomeadamente os efeitos e consequências imprevisíveis da pandemia do coronavírus. Com a ausência, adiamento ou suspensão das competições - desconhecendo-se se estas se podem prolongar ao ponto de a época ser dada como encerrada -, os habituais fluxos de mercado em torno da transferências de atletas poderão sofrer uma retração elevada, diminuindo os investimentos dos clubes, por exemplo, para já, dos principais mercados, como o italiano ou espanhol.