Cresceu nos sub-23, viu Salin sair para o Rennes e, agora, prepara-se para fazer concorrência ao titular indiscutível. Produto da cantera, elogia "ídolo" Rui, mas rejeita comparações.
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Acordou, a meio da época, ficar nos sub-23 para ganhar "calo", já com a promoção na mira. Fez 18 jogos, treinou junto a Marcel Keizer e agora está cada vez mais perto de cumprir aquilo que prometeu aos pais quando, aos 13 anos, saiu do distrito de Braga.
Salin saiu e o leão... foi de modas: apostou nos seus valores e vai dar ao jovem o lugar de concorrente de Renan na próxima época.
A saída de Salin abre-lhe a porta para ser segunda opção na baliza: fica mais perto de concretizar um sonho, jogar pela equipa principal do Sporting. Como é que se sente?
- Quando soube da saída do Salin, percebi que era uma porta que se iria abrir para mim, para poder jogar, algo que tenho em mente desde que entrei na Academia, com 13 anos. Tive de sair de casa, deixar os meus pais, mas disse-lhes sempre: vou conseguir. Foi algo pelo qual sempre lutei - aliás, ainda hoje estou a lutar, porque ainda não consegui. Tenho o sonho de me estrear pela equipa principal.
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A sua subida demonstra a aposta da estrutura do futebol na prata da casa?
- Sim. O Sporting sempre foi um clube de apostar nos jovens, sempre tivemos grandes talentos na formação e é de realçar, agora, esta aposta nos seus produtos - eu e outros que estão a aparecer. É também de realçar a coragem do mister Keizer em meter-nos na equipa principal, em podermos estar - sendo jovens e da formação - no plantel principal.
Entre 2017 e 2019 jogou nos juniores, equipa B e sub-23. Foram passos certos? Não optou pelo empréstimo...
- Tive a sorte de jogar sempre em todos os escalões. No ano passado, subi à equipa principal como terceiro guarda-redes e numa determinada fase da época, colocou-se a hipótese de ser emprestado ou de ficar nos sub-23; o Sporting preferiu que ficasse nos sub-23 e a crescer com o plantel. Concordámos - eu também não queria sair, queria ficar a crescer com o mister Nélson [Pereira] - e as coisas também correram bem nos sub-23.
"Sai de casa e disse aos meus pais: vou conseguir. Tenho o sonho de jogar pelo Sporting"
Após Rui Patrício, mais nenhum guarda-redes se afirmou na equipa principal. Traz-lhe maior pressão ou é algo que o motiva?
- Desde miúdo que o Rui é o meu guarda-redes de eleição, o meu ídolo. Já tive a oportunidade de trabalhar com ele: tentou passar-me muitas coisas, aprendi muito com ele. Saindo ele da formação e estando eu a fazer este trajeto, claro que me dá maior motivação. Se foi possível para ele, também é possível para mim. Não é um peso, porque faço o meu trabalho um dia de cada vez. Não penso: ele fez isto com esta idade; por isso tenho de fazer isto com esta idade. Não sou assim...
...tem o seu tempo...
- Tenho o meu tempo, tenho a minha própria carreira. Não quero ser visto como um Rui Patrício, mas sim como o Luís Maximiano, apesar de toda a admiração que tenho por ele. É normal haver comparação, mas quero ser eu próprio.
Depois dos juniores, bês e sub-23, Max sente-se pronto para dar um novo passo
"Ainda tenho a camisola dele. Vestia-a quase todos os dias"
Tinha 13 anos, jogava nas camadas jovens do Braga e... de Lisboa chegou-lhe uma camisola de um tal de Rui Patrício, manobra para "seduzir" o então pequeno guardião que já começava a mostrar fibra. "Ainda tenho a camisola. Lembro-me, na altura, de a vestir e atirar-me para cima da cama. Quando os meus pais me disseram que me tinham dado uma camisola do Rui Patrício nem queria acreditar. Era um extraterrestre. Vestia-a quase todos os dias", disse.
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Beber da fonte da experiência, venha ela de Salin ou de Renan
Salin e Renan: dois guarda-redes que ajudaram, garante o próprio, Max a ser ainda melhor jogador. Mas o que bebeu, então, o jovem de cada um? "O Salin é, das pessoas com quem já convivi no futebol, das que mais trabalha, e sendo eu mais novo, tentava sempre trabalhar mais do que ele", explicou, passando para o brasileiro: "Tenta explicar-me como pensar, como lidar com as situações e é importante saber fazê-lo, neste caso psicologicamente. Gosto de lhe perguntar o que sente quando veste aquela camisola". E ensinou-lhes alguma coisa? "Espero que sim!"